Immersive Douro desafia o Adamastor

Surgiu recentemente no Norte do país (mais) uma empresa de videojogos. Com uma estrutura baseada em alunos vindos de cursos de videojogos, a Immersive Douro já conta no seu portfólio quatro jogos

Foto
DR

Surgiu recentemente no Norte do país (mais) uma empresa de videojogos. Com uma estrutura baseada em alunos vindos de cursos de videojogos, a Immersive Douro já conta no seu portfólio quatro jogos e, neste momento, estão a desenvolver um quinto.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Surgiu recentemente no Norte do país (mais) uma empresa de videojogos. Com uma estrutura baseada em alunos vindos de cursos de videojogos, a Immersive Douro já conta no seu portfólio quatro jogos e, neste momento, estão a desenvolver um quinto.

Ter um estúdio de videojogos em Portugal é como apostar forte no Euromilhões, é um risco enorme, mas a possível recompensa é demasiado deliciosa para ser ignorada. É preciso ter alguma coragem, senão mesmo alguma dose de loucura saudável. Depois de conseguir passar a barreira inicial de conseguir produzir e colocar videojogos no mercado, a Immersive Douro tenta agora conseguir passar por um dos grandes desafios na indústria portuguesa — criar sequelas.

Criar sequelas é o Adamastor situado no mar desconhecido que, mais tarde ou mais cedo, qualquer empresa de videojogos tem de enfrentar. É, se preferirem, a prova da sua sustentabilidade no mercado. Tirando casos excepcionais — como o Elifoot que tem quase duas dezenas de versões —, e alguns humildes exemplos — como, Undercover 1 e 2 na N-Gage —, o resto da indústria portuguesa não tem produzido títulos que consegam passar esta barreira. Normalmente, produz-se um ou dois jogos, e... pronto. Ficamos por aqui. As empresas fecham e tudo o que desenvolveram perde-se no meio do mar, com os tripulantes depois repescados para companhias internacionais, ou desistem completamente dos videojogos e focam-se noutras áreas. Mas, eis que estes intrépidos nortenhos da Immersive Douro, donos de uma alma própria daquela região do país, desafiam agora este Adamastor. O primeiro título que desenvolveram — chamado “Johnny Scrapps” — vai receber brevemente uma sequela chamada “Johnny Scrapps: i Tap & Slash” (para iOS, Windows Phone e Android).

Por enquanto pouco se sabe do jogo, e este ainda está em desenvolvimento. Somente foi revelado que será um título do género “smasher”, com data de lançamento ainda para 2014. Aliás, este tipo de jogabilidade é perfeita para o nosso país. Há um certo gosto em apontar o dedo indicador em várias direcções, talvez seja altura de apontá-lo na direcção do pequeno ecrã de telemóvel e ajudar Johnny Scraps a superar o Adamastor que se avizinha.

Também seria interessante existir uma possível sinergia entre “Johnny Scrapps: i Tap & Splash” e “Smash it! Adventures” da Bica Studios. Dois títulos que apostam no mesmo género, mas com (evidentes) diferentes mascotes e formas de enfrentar os seus adversários. De um lado está o sucateiro Johnny e do outro a adorável bruxa Agnes. Será pedir muito se um dia estas duas personagens aparecessem juntas num só título? Talvez numa espécie de “Super Mega Championship Edition Alpha Strike Smasher of Agnes and Johnny”. Fica aqui o desafio, tanto para a Immersive Douro, como para a Bica Studios.