Passos faz depender carga fiscal da sustentabilidade das contas públicas

Primeiro-ministro esteve com empresários e jantou na mesma mesa que José Maria Ricciardi.

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Pedro Passos Coelho anunciou novas regras para reforma Daniel Rocha

No Fórum Empresarial do Algarve, Passos Coelho insistiu no desafio ao PS de António Costa para um pacto de regime sobre a Segurança Social.

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No Fórum Empresarial do Algarve, Passos Coelho insistiu no desafio ao PS de António Costa para um pacto de regime sobre a Segurança Social.

Numa sala com centena e meia de empresários, num hotel em Vilamoura, o primeiro-ministro jantou na mesma mesa que José Maria Ricciardi, presidente do Banco Espírito Santo Investimento, separados apenas pela mulher de Passos Coelho, Laura Ferreira.

Estava ainda o comentador político Marques Mendes, na qualidade de membro do comité de gestão do Lide, grupo de líderes empresariais, promotor da iniciativa.

Durante a intervenção, Passos Coelho não falou de impostos nem de IRS. Mas salientou a necessidade de ter em ordem as contas públicas e de reforçar a sustentabilidade da Segurança Social para não pôr em causa os sacrifícios dos últimos três anos.

“Não faz sentido manter carga fiscal nos portugueses porque não conseguem a sustentabilidade nas contas públicas”, afirmou, depois de ter renovado o desafio a António Costa para um pacto de regime sobre a Segurança Social. Um acordo que considera possível mesmo que se viva um “período antes das eleições”, já que a questão tem de se resolver quer o PSD esteja “no Governo, quer na oposição”.

Como o Tribunal Constitucional inviabilizou duas propostas do Governo para reduzir a despesa com as pensões e tornar o sistema sustentável, o problema mantém-se, defendeu.

“Fizemos duas tentativas para apresentar reforma estrutural que continuará a exigir transferências do Orçamento, quer dizer dos impostos dos portugueses”, disse, lembrando que já tinha feito um apelo para um entendimento com o PS para apresentar uma proposta que pudesse passar no Tribunal Constitucional. Fê-lo na festa do Pontal, mas o então secretário-geral António José Seguro recusou dialogar. Agora, com o novo líder, “é de supor que estamos em melhores condições para desenvolver esse diálogo para numa próxima legislatura seja possível resolver”.

O problema da sustentabilidade da Segurança Social reflecte-se na proposta do próximo Orçamento do Estado.

“Tenho a certeza que os trabalhos que estamos a desenvolver para apresentar uma proposta de Orçamento no Parlamento, muitas desta preocupações têm já um peso que sabemos ser sensível”, afirmou, na única referência directa ao Orçamento para 2015.

À saída, Passos Coelho não quis falar aos jornalistas nem mesmo quando foi questionado sobre a tensão da coligação em torno da descida de IRS. Passos Coelho (e a mulher) não ficaram para assistir ao espectáculo da fadista Gisela João.