Dez pessoas em isolamento nos EUA devido ao "alto risco" de infecção com o ébola
Os mais próximos do único caso registado no país, um homem internado em Dalas, foram para uma casa cedida. Em hotéis e apartamentos ninguém os queria.
As dez fazem parte de um conjunto de cerca de 50 que estão a ser acompanhadas, mas as outras 40 são consideradas de “baixo risco” de contágio pelo vírus. Entre elas quatro são familiares do paciente - Thomas Eric Duncan, 42 anos, recém-regressado da Libéria.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
As dez fazem parte de um conjunto de cerca de 50 que estão a ser acompanhadas, mas as outras 40 são consideradas de “baixo risco” de contágio pelo vírus. Entre elas quatro são familiares do paciente - Thomas Eric Duncan, 42 anos, recém-regressado da Libéria.
O grupo a que as autoridades de saúde estão a dar mais atenção inclui Louise, identificada como companheira de Duncan, o filho desta, de 13 anos, e dois sobrinhos, ambos na casa dos 20.
Depois de terem ficado no apartamento em que estiveram com o doente, os mais próximos foram levados para uma casa cedida por um voluntário, onde deverão permanecer até que passe o tempo de incubação.
O acompanhamento inclui a avaliação do seu estado de saúde duas vezes. Nenhum deles revelou até agora sintomas da doença, segundo informação dos serviços de saúde do Texas divulgada pela CNN. Os sintomas de ébola – dor de cabeça, febre, vómitos diarreia e perda de sangue – aparecem normalmente entre dois a 21 dias após a infecção.
Depois de ter procurado ajuda no Texas Health Presbyterian Hospital, no dia 25 de Setembro, Duncan, cidadão liberiano, chegado cinco dias antes ao Texas sem sintomas, foi mandado para casa, com uma receita de antibióticos, apesar de ter dito que tinha estado recentemente no país de origem. No passado domingo, teve de ser chamada uma ambulância para o levar ao hospital. Estava em estado grave.
Inicialmente foi anunciado que cerca de uma centena de pessoas tinham estado em contacto directo ou indirecto com o homem infectado – o único caso até agora registado nos Estados Unidos.
As gerências de hotéis e apartamentos recusaram receber as pessoas que mais contactaram com o paciente infectado. “Ninguém queria esta família”, disse Sana Syed, porta-voz da cidade de Dalas, citada pela BBC.
O vírus só se transmite por contacto directo com fluidos contaminados, como o sangue ou a saliva. Não há contaminação por via aérea, ao contrário do que acontece, por exemplo, com a gripe.
O último balanço da Organização Mundial de Saúde, relativo a 1 de Outubro, e divulgado na sexta-feira, indica que a febre hemorrágica já matou 3439 pessoas na África Ocidental, no que já é o maior surto de sempre de ébola.