Moscovici garante “independência” na aplicação das regras europeias em todos os Estados-membros
Candidato francês a comissário dos Assuntos Económicos e Financeiros foi ouvido no Parlamento Europeu.
“Há que tratar todos os Estados, grandes ou pequenos, da mesma maneira”, garantiu Moscovici, na audição realizada esta quinta-feira, no Parlamento Europeu (PE), comprometendo-se a ser “um árbitro justo e imparcial”.
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“Há que tratar todos os Estados, grandes ou pequenos, da mesma maneira”, garantiu Moscovici, na audição realizada esta quinta-feira, no Parlamento Europeu (PE), comprometendo-se a ser “um árbitro justo e imparcial”.
A escolha de Pierre Moscovici tem gerado controvérsia, pelo facto de a França ter anunciado recentemente que só cumprirá o défice de 3% em 2017, um adiamento face aos parâmetros definidos pelo pacto orçamental europeu.
O próprio candidato a comissário é acusado de, quando ocupou a pasta das Finanças, não ter cumprido as metas de redução do défice francês.
A acusação foi esta quinta-feira reafirmada no PE e refutada pelo ex-ministro, garantindo que “nunca incumpriu com as regras europeias”. Moscovici lembrou a redução do défice no período em que foi titular da pasta das Finanças, referindo que caiu, entre 2012 e 2013, de mais de 5% para 4,1%, em resultado de um "esforço estrutural" muito importante.
A pasta dos assuntos económicos inclui a vigilância do cumprimento das regras de consolidação orçamental, incluindo a possibilidade de aplicação de sanções em caso de derrapagens repetidas por Estados-membros.
Sobre a eventualidade dessa situação se colocar em relação à França, o socialista garantiu aos eurodeputados a sua independência, afirmando o seu propósito de respeitar “as regras” e de não pretender “alterá-las de forma criativa”. E que se algum país, mesmo a França, não aplicar as reformas dos tratados, "será aberto um procedimento de défice excessivo".
Como comissário europeu, o francês assegurou que “fará o seu trabalho e cumprirá os seus deveres”, ao mesmo tempo que defendeu a necessidade de "preservar a estabilidade da economia [europeia]" e, simultaneamente, "restaurar o crescimento".
“Não há crescimento sem redução dos défices e dívidas. Mas não há estabilidade e redução da dívida sem crescimento", acrescentou, o ex-ministro das Finanças perante a audição do parlamento europeu, um teste importante para à sua nomeação para o cargo de comissário.