Lacrau é tão livre que se torna lasso
João Vladimiro é um daqueles realizadores que precisam de se auto-impor uma restrição qualquer – nem toda a gente saber o que fazer com a liberdade total.
Razão que justificava a expectativa para Lacrau, e que resulta um pouco frustrada. Falta-lhe a ideia forte, tão forte que se tornava um constrangimento, de No Jardim: um espaço confinado, uma espécie de limite para a “liberdade”. Ora Lacrau é ao contrário: demasiado “livre”, tão “livre” que se torna lasso, sem uma estrutura ou uma organização que se sinta como necessária, numa impressão de “vale tudo” que não é remendada pela evidente beleza de algumas das suas imagens e das suas associações visuais e sonoras. Não é razão para descartar Vladimiro, o filme não nega o seu talento. Parece é ser um daqueles realizadores que precisam de se auto-impor uma restrição qualquer – nem toda a gente saber o que fazer com a liberdade total…
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Razão que justificava a expectativa para Lacrau, e que resulta um pouco frustrada. Falta-lhe a ideia forte, tão forte que se tornava um constrangimento, de No Jardim: um espaço confinado, uma espécie de limite para a “liberdade”. Ora Lacrau é ao contrário: demasiado “livre”, tão “livre” que se torna lasso, sem uma estrutura ou uma organização que se sinta como necessária, numa impressão de “vale tudo” que não é remendada pela evidente beleza de algumas das suas imagens e das suas associações visuais e sonoras. Não é razão para descartar Vladimiro, o filme não nega o seu talento. Parece é ser um daqueles realizadores que precisam de se auto-impor uma restrição qualquer – nem toda a gente saber o que fazer com a liberdade total…