Pedro Filipe Soares vai candidatar-se a líder do Bloco de Esquerda
Corrente Esquerda Alternativa, que conta com metade da bancada parlamentar - inclusive o seu líder, que agora avança -, já tinha dito que não apoiaria moção dos coordenadores João Semedo e Catarina Martins.
A moção de Pedro Filipe Soares "Bloco Plural, factor de viragem!" é apresentada ao início tarde na sede do Bloco de Esquerda.
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A moção de Pedro Filipe Soares "Bloco Plural, factor de viragem!" é apresentada ao início tarde na sede do Bloco de Esquerda.
O avanço do líder parlamentar acontece num momento em que a actual direcção está a repensar o modelo de liderança bicéfala de João Semedo e Catarina Martins, mas em que não estaria em causa a manutenção de ambos à frente do BE.
No triângulo das tendências que esteve na origem do Bloco, Pedro Filipe Soares representa a Esquerda Alternativa (ex-UDP), protagonizada por Luís Fazenda, o que pode ser visto como uma tentativa de avanço desta tendência para a liderança do partido.
Por seu lado, João Semedo vinha da tendência Forum Manifesto e tinha aderido, tal como Catarina Martins (ex-PSR), à corrente Socialismo, criada pelo ex-líder Francisco Louçã, como tentativa de ultrapassar, com uma linha única, os três movimentos originais do BE.
O PÚBLICO contactou o coordenador do BE, João Semedo, que não quis reagir ao avanço de Pedro Filipe Soares.
O mal-estar que persiste
O mal-estar na direcção bloquista já dura há algumas semanas. A Esquerda Alternativa - corrente que integra o líder parlamentar - já tinha manifestado publicamente que não subscreveria a moção ao congresso assinada pelos coordenadores e outros dirigentes do partido, como a eurodeputada Marisa Matias, Jorge Costa ou José Manuel Pureza.
A tendência Esquerda Alternativa tem um peso grande no interior do partido. Só na bancada parlamentar contam-se quatro dos oito deputados afectos a esta corrente. Além do líder da bancada, integram-na Luís Fazenda, Mariana Aiveca e Helena Pinto.
Face ao avanço de Soares, um dirigente afirmou ao PÚBLICO que Pedro Filipe Soares deve agora esclarecer se se mantém na liderança parlamentar, que é um cargo de confiança política da direcção.
Nos próximos dias será apresentada publicamente a moção subscrita pelos coordenadores, Revolta Cidadã para vencer a austeridade, cuja versão preliminar levantou polémica. O prazo de entrega termina esta terça-feira. Certo é que até à convenção do partido, que se realiza entre 22 e 23 de Novembro, em Lisboa, a luta pela liderança promete ser renhida.