Mexicanos desistem e abrem caminho à compra da ES Saúde pelos chineses
Grupo Ángeles decidiu não rever o preço oferecido na OPA, deixando a Fidelidade à frente na corrida.
A Fidelidade tem em cima da mesa a oferta mais alta, propondo pagar 4,82 euros por acção para ficar com o controlo da empresa que gere unidades como o Hospital da Luz e o Hospital Beatriz Ângelo (em regime de parceria público-privada, PPP).
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A Fidelidade tem em cima da mesa a oferta mais alta, propondo pagar 4,82 euros por acção para ficar com o controlo da empresa que gere unidades como o Hospital da Luz e o Hospital Beatriz Ângelo (em regime de parceria público-privada, PPP).
O Grupo José de Mello Saúde (JMS), que na semana passada veio anunciar que desistia da OPA, decidiu, no entanto, “manter o pedido de registo de OPA concorrente” na CMVM, que ontem confirmou que o pedido ainda não reúne “todos os documentos legalmente exigidos”. Em causa está uma análise prévia solicitada pela JMS à Autoridade da Concorrência que a CMVM entende ser um requisito necessário para dar seguimento ao processo da OPA, uma vez que foi pedido pela José de Mello Saúde.
Os mexicanos começaram por oferecer 4,3 euros por acção e viriam a rever o preço em alta para 4,5 euros depois de o Grupo José de Mello Saúde apresentar uma oferta concorrente, mas antes de a Fidelidade entrar em cena ao oferecer 4,72 euros por acção e, depois, 4,82 euros.
Ao não rever a contrapartida e porque o preço colocado em cima da mesa pela Fidelidade já é superior, a oferta dos mexicanos torna-se “ineficaz”, como a própria empresa o reconhece no comunicado enviado ao regulador do mercado de capitais.
Na OPA, a Fidelidade tem agora terreno livre. A oferta dura até 10 de Outubro, a mesma data em que terminaria o período da oferta do grupo Ángeles.
O Grupo José de Mello Saúde (JMS), que na semana passada veio anunciar que desistia da OPA, decidiu, no entanto, “manter o pedido de registo de OPA concorrente” na CMVM, que nesta segunda-feira confirmou que o pedido ainda não tem “todos os documentos legalmente exigidos”.
Em causa está uma análise prévia solicitada pela JMS à Autoridade da Concorrência (AdC) que, por ter sido pedida pela empresa, é exigida pela CMVM como requisito para ser dado seguimento ao processo.
Quem também já manifestou interesse na ES Saúde – mas não lançou até agora nenhuma OPA – foram os norte-americanos da Unitedhealthcare (donos da Amil, que comprou a HPP à Caixa Geral de Depósitos no início de 2013).
A Unitedhealthcare tentou uma investida directa à Rioforte, que controla a ES Saúde através da Espírito Santo Health Care Investment (ESHCI). Propôs pagar 4,75 euros por cada acção detida pela ESHCI (uma participação de 51%). A Rioforte, actualmente em processo de gestão controlada no Luxemburgo, admite vender a sua posição, mas rejeitou a oferta directa da Unitedhealthcare, dizendo privilegiava um processo mais concorrencial como o da OPA.
Apesar disso, escrevem o Expresso e o Jornal de Negócios, a dona da Amil fez chegar ao Ministério da Saúde um pedido de autorização que permita a mudança de controlo accionista, atendendo ao facto de o Hospital Beatriz Ângelo ser gerido em regime de PPP pela ES Saúde.