Discurso de vitória de Costa sem uma referência a Seguro

Candidato que ganhou primárias listou extensamente todos os que o apoiaram, elogiou a comissão eleitoral e agradeceu aos militantes e simpatizantes. E disse que a vitória nas primárias representa o princípio do fim do Governo de Passos Coelho.

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A festa de António Costa e dos seus apoiantes Enric Vives-Rubio
"Este é o primeiro dia de uma nova maioria de Governo, este é o primeiro dia dos últimos dias do Governo." A frase, uma das do apoteótico discurso de vitória de António Costa nas primárias do PS, exemplificava este domingo a forma como o autarca de Lisboa enterrou definitivamente os três anos de liderança de António José Seguro.

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"Este é o primeiro dia de uma nova maioria de Governo, este é o primeiro dia dos últimos dias do Governo." A frase, uma das do apoteótico discurso de vitória de António Costa nas primárias do PS, exemplificava este domingo a forma como o autarca de Lisboa enterrou definitivamente os três anos de liderança de António José Seguro.Nos oitos minutos em que esteve no palco do Fórum Lisboa, Costa fez questão de agradecer a todos os que o acompanharam na disputa. Agradeceu a Jorge Coelho "pela organização impecável destas eleições num contexto tão desfavorável". E, por mais de uma vez, elogiou e agradeceu a "todos os militantes e simpatizantes pela grande manifestação de participação cívica que tiveram". "Estas eleições só têm um vencedor, o PS", afirmava perante uma sala em êxtase.Para Seguro, o líder que se demitira minutos antes da sua intervenção, nada. Nas palavras do vencedor das primárias, estas eleições marcam “uma nova e decisiva etapa” e “só têm um vencedor: o PS na pluralidade de todos os seus militantes e de todos os seus simpatizantes”. “Estas eleições não foram a derrota de ninguém, mas a vitória de todos e de todas os militantes e simpatizantes do PS”, proclamou António Costa numa intervenção num lotado Fórum Lisboa, na Avenida de Roma.

António Costa entende que houve de "forma clara e inequívoca" uma "voz da mudança" para Portugal reclamada pelos militantes e simpatizantes do partido que em si votaram. E deixou uma garantia: "Tudo farei para estar à altura da vossa confiança".

"Os militantes e simpatizantes do PS acorreram às urnas com notável mobilização, em todo o país e nas comunidades portugueses no mundo", declarou Costa, que teve a seu lado o mandatário da campanha, Carlos César, a directora de campanha, Ana Catarina Mendes, o ex-líder do partido Ferro Rodrigues e Manuel Alegre.Afirmando que “os partidos não existem por si, nem para os seus”, o vencedor da noite eleitoral afirmou que a “força que o PS hoje ganhou é a força da vontade de mudança em Portugal”. “A força que os portugueses nos dão para construirmos a alternativa a este Governo e a esta política”, declarou, frisando que “o que mobilizou os militantes e simpatizantes do PS, o que mobiliza os portugueses é a vontade nacional de o PS reacender a esperança, de o PS ter a energia motivadora, do PS agregar uma nova maioria que devolva aos portugueses a confiança no futuro de Portugal”.O desprezo pelo adversário, a ausência de esforço na união do partido, tinha uma razão. " Hoje saímos daqui mobilizados e unidos e concentrados no nosso dever de sermos a oposição que este Governo merece e a alternativa que Portugal merece e nos cumpre apresentar e vencer nas próximas eleições legislativas em 2015", assegurava. A conciliação não era necessária. Horas antes, à entrada, Costa já explicara: "Os resultados que chegam de todo o país demonstram que o PS está unido".Na sala, a alegria era generalizada. Abraços efusivos, militantes aos pulos, figuras de todos os quadrantes de pé a ouvir e a aplaudir Costa.