Estado Islâmico suspende extracção de petróleo na Síria após ataques aéreos
Pentágono confirma quarta noite de bombardeamentos contra alvos jihadistas no país.
“A extracção de petróleo parou por causa da situação de segurança. Todas as explorações foram paradas, com excepção da de Coneco, que fornece o combustível para a produção de electricidade em seis províncias”, disse à AFP Leith al-Deiri, um activista que reside em Deir Ezzor, capital da província com o mesmo nome.
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“A extracção de petróleo parou por causa da situação de segurança. Todas as explorações foram paradas, com excepção da de Coneco, que fornece o combustível para a produção de electricidade em seis províncias”, disse à AFP Leith al-Deiri, um activista que reside em Deir Ezzor, capital da província com o mesmo nome.
Um outro militante, que fugiu da zona mas diz continuar em contacto com os habitantes, afirma que os poços não foram atingidos pelas bombas – que se concentraram nas refinarias –, mas a extracção foi “temporariamente suspensa” porque os ataques estão a impedir os intermediários de irem até à zona comprar crude. “Antes havia tanta gente que era preciso esperar quatro dias para ser atendido”, acrescentou Rayan al-Furati.
Durante a noite de quarta para quinta-feira, aviões dos EUA, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos bombardearam pela primeira vez refinarias petrolíferas em poder do Estado Islâmico, no arranque de uma nova frente da estratégia contra os radicais. O objectivo é estrangular uma das principais fontes de financiamento do grupo, que em Junho proclamaram um califado nos territórios que conquistaram, do nordeste da Síria ao norte do Iraque.
O Departamento de Defesa norte-americano confirmou, nesta sexta-feira, que voltou a atacar a zona, reivindicando a destruição de quatro blindados na província de Deir Ezzor. O Observatório Sírios dos Direitos Humanos, que recolhe informações de activistas na Síria, diz que a aviação aliada voltou a bombardear instalações petrolíferas e um centro de comando nas províncias de Deir Ezzor e al-Hasaka (Nordeste), sem adiantar se os ataques provocaram baixas.
O Observatório chegou a adiantar, na quarta-feira, que os aviões tinham atacado posições dos jihadistas que cercam a cidade curda de Kobani, junto à fronteira com a Turquia, mas o Pentágono não confirmou essa informação. O certo é que os combates na zona se intensificaram desde o início da ofensiva americana: nesta sexta-feira os jihadistas aproximavam-se da cidade, de onde fugiram já mais de 140 mil pessoas, e dois obuses disparados nos combates com a guerrilha curda tombaram em solo sírio.
A aviação americana mantém-se também à ofensiva no Iraque onde na noite passada foram bombardeados sete alvos dos jihadistas, incluindo uma posição nos arredores de Bagdad.
Na frente iraquiana, os EUA contam, para já, apenas com o apoio da Força Aérea francesa, mas nesta sexta-feira o Parlamento britânico deverá aprovar a moção que autoriza a participação do país naquela frente de combate ao Estado Islâmico. O Governo dinamarquês anunciou também que vai enviar sete caças F-16 para participar nos ataques no Iraque, dando por garantida que a missão será aprovada em breve pelo Parlamento. Já antes, também a Bélgica e a Holanda tinham anunciado que iriam participar na coligação, cada um com seis aviões de combate.