Equipamento Kappa escolhido pelos adeptos
Numa iniciativa inovadora, o Sporting lançou no Facebook o desafio aos seus apoiantes de ajudarem a escolher o layout da futura camisola
Para já ainda não há um “fumo branco”, mas se a Kappa equipar o râguebi do Sporting em 2014-15, o equipamento dos “leões” terá a impressão digital dos seus adeptos. Os responsáveis pela equipa leonina permanecem em negociações com a empresa italiana especializada na fabricação de roupas e acessórios desportivos, mas se as duas partes chegarem a acordo, o layout da camisola sairá da conjugação de vontades do clube e dos seus apoiantes.
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Para já ainda não há um “fumo branco”, mas se a Kappa equipar o râguebi do Sporting em 2014-15, o equipamento dos “leões” terá a impressão digital dos seus adeptos. Os responsáveis pela equipa leonina permanecem em negociações com a empresa italiana especializada na fabricação de roupas e acessórios desportivos, mas se as duas partes chegarem a acordo, o layout da camisola sairá da conjugação de vontades do clube e dos seus apoiantes.
Rafael Lucas Pereira diz não ter memória “que alguma vez tenha sido feita uma iniciativa como esta” em Portugal e como os responsáveis pelo râguebi “leonino” consideram que a modalidade no clube não deve “existir apenas por existir”, esta é uma das formas de “aproximação” aos adeptos, depois de uma época em que “houve quase sempre mais apoiantes das equipas adversárias nos jogos, o que não é normal num clube como o Sporting”.
Dessa forma, o râguebi do Sporting lançou na sua página oficial no Facebook um desafio aos seus adeptos, pedindo-lhe que dessem a sua opinião sobre “um modelo base” apresentado pela Kappa. E o feedback tem sido bom: segundo o presidente da secção do clube “verde e branco”, a “adesão dos adeptos tem sido muito positiva” e rapidamente surgiram quase uma centena de comentários.
Em declarações ao P3 Râguebi, Rafael Lucas Pereira explica que “não há uma data definida” para o final da consulta. “Quando sentirmos que a discussão acabou, tiraremos as nossas conclusões e falaremos com a Kappa para saber se há condições para que esta parceria avance”, salientando que “por razões logísticas não será possível estrear a nova camisola na primeira jornada”.
“Estamos a lançar aos adeptos o desafio de juntos termos um produto. Não podemos agradar a toda a gente, mas entre o que sabemos que queremos e o que os adeptos querem vamos tentar conjugar.” Um dos pormenores que tem levantado mais polémica no “modelo base” apresentado é a colocação do símbolo do Sporting ao centro. Rafael Lucas Pereira explica que no primeiro ano os “leões” pretendem ter “um layout o mais aproximado possível do Racing Metro”, que também veste Kappa. E a justificação para esta “colagem” ao clube de Paris tem quase 100 anos de história.
“A Kappa surge também por estar associada a alguns clubes franceses e com um em particular, que está directamente ligado à história do Sporting. O Racing Metro tem há algum tempo como fornecedor oficial a Kappa e está na origem das nossas camisolas. Salazar Carreira, numa viagem a França nos anos 20, foi assistir a um jogo do Racing e quando voltou a Portugal disse que queria o mesmo equipamento com as riscas horizontais no râguebi Sporting. A única diferença era o azul celeste do Racing e o verde do Sporting.”
O dirigente sublinha, por isso, que “esta era também uma forma de promover um reencontro da história dos dois clubes que inexplicavelmente nunca tiveram qualquer relação, apesar de a história de um ter muito a ver com a história do outro”. “As organizações desportivas têm que perceber que a sua dimensão mede-se pela sua história e pelas suas referências, que não podem ser maltratadas. É um pouco isso o que estamos a tentar fazer: ir ao princípio do século XX e fazer o reconhecimento ao Racing Metro. Apesar de durante muitos anos o râguebi no Sporting ter acabado, as camisolas de hoje, com as riscas horizontais, existem porque um dia Salazar Carreira viu um jogo do Racing”, lembra o presidente do râguebi do Sporting.
A terminar, Rafael Lucas Pereira deixa o lamento por a Macron, que nas próximas três temporadas será o fornecedor de modalidades sportinguistas como o futebol, o atletismo, o futsal e o andebol, não ter mostrado interesse em associar-se também ao râguebi: “Apesar de equipar alguns clubes de râguebi em França e de ser fornecedor oficial da selecção da Escócia, foi-nos dito que não havia interesse. Felizmente a Kappa teve uma abertura diferente."
E da parte da Kappa, Ricardo Costa, representante da marca italiana em Portugal, confirma que há “negociações” com o Sporting, salientando haver total disponibilidade para “aceitar as sugestões” dos adeptos. O dossier, revela, deverá ficar fechado na próxima semana.