“Se tudo correr bem, espero nem ser convocado”

Diogo Mateus voltou à competição no passado fim-de-semana e garante que “se não achasse que podia ser uma mais-valia, não colocaria em risco” o seu “futuro físico”

Foto
Reuters

Mais de um ano depois de sofrer uma grave lesão no joelho, Diogo Mateus voltou a competir ao mais alto nível e o regresso aos relvados aconteceu em Bucareste, onde o jogador português, de 34 anos, alinhou pela selecção nacional de sevens na última etapa do Circuito Europeu. Apesar dos maus resultados colectivos, Mateus, que é também treinador assistente e director de equipa da selecção, diz que sentiu-se bem, embora reconheça que foi mais “duro psicologicamente do que fisicamente”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Mais de um ano depois de sofrer uma grave lesão no joelho, Diogo Mateus voltou a competir ao mais alto nível e o regresso aos relvados aconteceu em Bucareste, onde o jogador português, de 34 anos, alinhou pela selecção nacional de sevens na última etapa do Circuito Europeu. Apesar dos maus resultados colectivos, Mateus, que é também treinador assistente e director de equipa da selecção, diz que sentiu-se bem, embora reconheça que foi mais “duro psicologicamente do que fisicamente”.

Oficialmente o ponto final na carreira nunca foi anunciado, mas uma grave lesão sofrida há cerca de ano e meio colocou a carreira de Diogo Mateus em stand-by. “Sofri uma lesão no final da época 2012-13 e quando estava em recuperação fui convidado para trabalhar com o Pedro Netto nos sevens. A partir desse momento, não podia estar ligado a nenhum clube e também fiquei sem condições para treinar”, começa por explicar ao P3 Râguebi.

O ex-internacional português de XV, que esteve presente no Mundial 2007, afirma que ao longo da época passada foi-se “juntando aos treinos da equipa, principalmente quando Portugal estava fora”, salientando que isso permitiu-lhe aferir da sua condição física. “Já não sou um puto novo e não fiz uma recuperação normal à lesão no joelho, mas no final da época já estava muito mais à vontade nos treinos e com a corrida. Talvez por isso, e talvez por sentirem que eu seria uma mais-valia no campo, não sendo só um director da equipa, o Tomaz Morais e o Pedro Netto lembraram-se de me convidar para voltar a jogar”, conta.

Foto

Segundo o jogador, no final da época passada recebeu “uma carta de rescisão de contrato”, seguida por “duas propostas” de renovação. “Uma delas incluía a possibilidade de eu voltar a ser jogador”, revela. E a escolha, afirma, foi fácil: “Se há coisa de que eu gosto é de representar a selecção e eu sempre disse que se voltasse a ter condições e se fosse chamado, estaria presente”.

Porém, Diogo Mateus não esconde que os maus resultados também tiveram influência. “O que vi no ano passado, fez-me ver também que algo mais tinha que ser feito.” “Se não achasse que podia ser uma mais-valia, não colocaria em risco o meu futuro físico com este regresso, mas se tudo correr bem, espero nem ser convocado. Era um bom sinal. Significava que a malta nova está a subir e tem mais valor do que eu.”

Para as duas etapas do Circuito Europeu disputadas durante este mês de Setembro, a FPR fez um seguro próprio para todos os jogadores, mas para ser convocado para a primeira etapa do Circuito Mundial, que terá lugar na Austrália no início de Outubro, Diogo Mateus já terá que estar inscrito por um clube. A decisão, no entanto, ainda não está tomada, embora o jogador afirme que terá “de avaliar” se tem “condições para fazer XV e sevens”.

Sobre a sua prestação em Bucareste, que foi “um bom teste para uma eventual necessidade mais tarde para um torneio da IRB”, Diogo Mateus diz que foi “mais duro psicologicamente do que fisicamente”. “Depois de uma lesão destas o regresso é sempre complicado e senti mais responsabilidade do que qualquer outro sentiria. Havia sinal verde de todos os lados, faltava apenas a cabeça meter a disquete no sítio e conseguir estar dentro do campo sem limitações.”

Porém, Mateus garante que se sentiu bem e só lamenta “não ter jogado mais tempo”, mas “os treinadores é que sabem”. “Se conseguir ganhar o lugar na equipa, estou pronto para jogar na Austrália, mas serei mais um como os outros. Tenho que provar que mereço o lugar”, conclui.