Passos pede à PGR para averiguar eventual ilícito nos seus rendimentos
Chefe do Governo diz que não deixará de "tirar as consequências" depois dos esclarecimentos da Procuradoria Geral da República.
“Só há uma maneira de clarificar: que é solicitar à Procuradoria-Geral da República que faça as averiguações especificamente sobre esta matéria que devam ser realizadas de modo a esclarecer se há ou não algum ilícito independentemente de entretanto ter prescrito”, disse Passos Coelho aos jornalistas, na residência oficial, após um encontro com o Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.
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“Só há uma maneira de clarificar: que é solicitar à Procuradoria-Geral da República que faça as averiguações especificamente sobre esta matéria que devam ser realizadas de modo a esclarecer se há ou não algum ilícito independentemente de entretanto ter prescrito”, disse Passos Coelho aos jornalistas, na residência oficial, após um encontro com o Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.
Ao colocar a sua vida profissional nas mãos da investigação judicial, Passos Coelho parece pretender ficar a salvo de eventuais lapsos de uma reconstituição fiscal da sua vida profissional, entre 1995 e 1999, enquanto era deputado e funcionário da Tecnoforma. Até porque esta empresa já faliu e o contabilista já morreu. Por outro lado, o primeiro-ministro passa uma imagem de transparência. O próprio disse: “Não posso ser mais claro e mais aberto.”
Passos Coelho reiterou “não ter condições” para se recordar da sua declaração de rendimentos de há “16, 18 ou 19 anos”.
“Eu acredito nas instituições públicas. Deve ser a Procuradoria-Geral da República a esclarecer os termos dessa relação jurídica entre a empresa na qual exerci funções [Tecnoforma/CPPC]”, afirmou, pedindo um “esclarecimento cabal tão rápido quanto possível”.
“Não deixarei de tirar as minhas conclusões, as minhas consequências em função daquilo que for o entendimento que a Procuradoria-Geral da República vier a fazer sobre esta matéria”, disse, sem especificar quais as ilações.
O primeiro-ministro disse não ter lido o esclarecimento divulgado esta terça-feira pelo secretário-geral da Assembleia da República, Albino Azevedo Soares.
Anunciando que o pedido para a PGR irá seguir esta terça-feira, Passos Coelho insistiu que a solicitação incide no “tipo de ilícito que possa existir e se existe, independentemente de ter um quadro de prescrição associado”.