Quem são os interessados na privatização da TAP?

As motivações e os obstáculos que se impõem aos quatro investidores que podem entrar na corrida pela companhia de aviação.

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O consórcio montado por Pais do Amaral e Frank Lorenzo já apresentou uma oferta preliminar por 100% da TAP Nuno Ferreira Santos

A longa investida de Pais do Amaral e Frank Lorenzo
As primeiras reuniões do empresário português Miguel Pais do Amaral e do milionário Frank Lorenzo, antigo dono e presidente da Continental Airlines, com a administração da TAP começaram ainda em Outubro de 2013. Desde então, o consórcio, que entretanto ganhou mais um braço nacional (o grupo de transportes Barraqueiro), foi reunindo informações sobre a companhia até que, em Agosto, apresentou uma oferta para comprar 100% do grupo. Nesta investida, conta com o JP Morgan e com o BPI como advisers. A intenção, disse Pais do Amaral em Julho numa entrevista ao Dinheiro Vivo, é colocar parte do capital da companhia de aviação em bolsa a médio prazo. A proposta agrada ao Governo e, por isso, Pais do Amaral e Lorenzo estão bem posicionados para ficar com a TAP, embora haja ainda arestas por limar.

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A longa investida de Pais do Amaral e Frank Lorenzo
As primeiras reuniões do empresário português Miguel Pais do Amaral e do milionário Frank Lorenzo, antigo dono e presidente da Continental Airlines, com a administração da TAP começaram ainda em Outubro de 2013. Desde então, o consórcio, que entretanto ganhou mais um braço nacional (o grupo de transportes Barraqueiro), foi reunindo informações sobre a companhia até que, em Agosto, apresentou uma oferta para comprar 100% do grupo. Nesta investida, conta com o JP Morgan e com o BPI como advisers. A intenção, disse Pais do Amaral em Julho numa entrevista ao Dinheiro Vivo, é colocar parte do capital da companhia de aviação em bolsa a médio prazo. A proposta agrada ao Governo e, por isso, Pais do Amaral e Lorenzo estão bem posicionados para ficar com a TAP, embora haja ainda arestas por limar.

David Neeleman a braços com o desafiante IPO da Azul
O empresário brasileiro, dono da Azul e da norte-americana Jet Blue, construiu nos últimos anos um verdadeiro império no sector da aviação. A companhia de aviação brasileira, criada em 2008, é hoje a terceira maior do país (atrás da TAM e da GOL), transportando 20 milhões de passageiros por ano. Neeleman tem outra carta a seu favor: é o maior cliente da M&E Brasil. Conhece a empresa como nenhum outro e, mais do que isso, tem vantagem em adquirir uma unidade de manutenção no país. Até hoje, Neeleman nunca assumiu o interesse na TAP. Aliás, desmentiu por várias vezes a intenção de concorrer à privatização na companhia. Mas apesar de já não haver dúvidas sobre as negociações que tem mantido com o Governo português, ainda permanecem dúvidas sobre se este será o momento ideal para avançar. É que a Azul tenta, há já algum tempo, reunir capital através de um IPO [initial public offer], mas a operação não foi concretizada. 

Gérman Efromovich continua à espera da noiva no altar
Chegou a dizer que estava a perder o interesse na TAP e a deixou no ar a aquisição de outra companhia europeia ou até a criação de uma de raiz. Mas a verdade é que Gérman Efromovich, o empresário colombo-brasileiro dono do grupo Avianca, nunca tirou os olhos da companhia nacional. Ou, melhor, a sua “noiva”, como lhe chamou antes ver rejeitada a oferta que fez para ficar com a empresa. O negócio falhou por uma questão de timing, disse Efromovich, referindo-se ao facto de o executivo alegar que não apresentou garantias financeiras, nomeadamente do pagamento de um sinal de dez milhões de euros. Apesar de, em termos estratégicos, a união de forças entre TAP e Avianca agradar, dificilmente o empresário sairá vencedor se a venda for relançada porque a relação com o Governo ficou debilitada. 

Globalia e TAP? A parceria não resultou bem no passado
Para a Air Europa, a corrida à TAP não vai ser fácil. Qualquer proposta da companhia espanhola, que movimenta mais de oito milhões de passageiros por ano, será escalpelizada, pelos receios de que o hub de Lisboa voe para o país vizinho. Mas, acima de tudo, porque o seu accionista, o grupo Globalia, não deixou as melhores memórias à administração da TAP quando partilharam o capital da operadora de handling Groundforce. A relação de apenas três anos terminou com acusações de parte a parte e deixou a Groundforce numa situação delicada. Além disso, a Air Europa pertence à aliança global Sky Team, enquanto a TAP está na Star Alliance (para a qual se dá como provável a entrada da Azul).