Diferença nas notas de alunos "é natural" e já existe "há largos anos", diz Governo

Reacção do executivo ao relatório do Conselho Nacional de Educação.

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João Grancho, secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário Enric Vives-Rubio

Em declarações à RTP, a propósito do relatório Estado da Educação 201", divulgado pelo CNE - que acusa as escolas de inflacionarem as notas dos alunos -, João Grancho afirmou que este "não é um fenómeno que esteja descuidado".

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Em declarações à RTP, a propósito do relatório Estado da Educação 201", divulgado pelo CNE - que acusa as escolas de inflacionarem as notas dos alunos -, João Grancho afirmou que este "não é um fenómeno que esteja descuidado".

"Há largos anos que se verificam essas diferenças entre a classificação interna e a classificação externa", afirmou o governante, sublinhando que a situação está identificada pelo menos desde 2003.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o Ministério da Educação relativizou a preocupação do Conselho Nacional de Educação afirmando que "a existência de uma diferença entre as classificações internas e as das provas/exames [dos alunos] é natural".

"Estamos em presença de realidades diferentes que dependem, por exemplo, dos pesos atribuídos pelas escolas aos diferentes critérios de avaliação. Por exemplo, a componente comportamental (normalmente ponderada na avaliação interna) não tem qualquer expressão na realização de uma prova escrita de exame", refere a tutela da Educação.

No relatório, uma das preocupações apontadas pelo presidente do CNE, David Justino, diz respeito à inflação das notas internas (resultantes do trabalho desenvolvido pelos alunos ao longo do ano lectivo), tanto pela positiva, como pela negativa.

David Justino defende que é tão preocupante o caso das escolas que baixam a exigência e nivelam a avaliação interna ‘por baixo’, ajustando os critérios ao perfil dos alunos, com tendência a favorecê-los nesta componente da avaliação, como o caso das escolas que elevam demasiado os seus padrões de exigência e, dessa forma, “prejudicam os seus alunos por atribuírem uma classificação muito inferior ao que os alunos merecem”.

No comunicado, o Ministério da Educação garantiu a intervenção da Inspecção Geral de Educação e Ciência "caso seja participada, fundamentadamente, alguma situação concreta" de "manipulação concertada de resultados escolares".