Desastre absoluto de Portugal em Bucareste
A selecção nacional perdeu os três jogos na fase de grupos da última etapa do Rugby Europe Sevens Grand Prix Series
Uma semana depois de um desempenho medíocre em Manchester, Portugal conseguiu fazer ainda pior em Bucareste e o primeiro dia da última etapa do Rugby Europe Sevens Grand Prix Series terminou em desastre absoluto. Com três derrotas no Grupo C, a última das quais contra a frágil Roménia, a selecção nacional voltou a falhar o apuramento para a Cup e vai despedir-se do Circuito Europeu de 2014 fora dos seis primeiros lugares.
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Uma semana depois de um desempenho medíocre em Manchester, Portugal conseguiu fazer ainda pior em Bucareste e o primeiro dia da última etapa do Rugby Europe Sevens Grand Prix Series terminou em desastre absoluto. Com três derrotas no Grupo C, a última das quais contra a frágil Roménia, a selecção nacional voltou a falhar o apuramento para a Cup e vai despedir-se do Circuito Europeu de 2014 fora dos seis primeiros lugares.
Sem o lesionado Bernardo Seara Cardoso e com mais duas ausências por opção (Duarte Marques e João Belo), Portugal surgiu em Bucareste com três novidades: Nuno Sousa Guedes, José Vareta e o regressado Diogo Mateus. Porém, as alterações nada de novo trouxeram à equipa nacional.
Se em Manchester Portugal dominou quase todos os jogos e mostrou ter capacidade para bater a concorrência, desta vez os erros aumentaram e a qualidade do râguebi exibido pela selecção nacional piorou bastante. Pouco incisivos no ataque (faltou quase sempre apoio ao portador da bola), os jogadores portugueses mostraram-se mais uma vez passivos a defender e cometeram falhas técnicas incompreensíveis a este nível.
O torneio começou para Portugal com um duelo ibérico e a equipa liderada por Pedro Netto até conseguiu ter um ligeiro ascendente sobre os espanhóis, com excepção ao período onde ficou reduzida a seis jogadores na primeira parte. Com um empate a sete pontos ao intervalo (ensaio de David Mateus), a selecção nacional ficou em desvantagem no recomeço do segundo tempo (7-14), mas um ensaio em força de Adérito Esteves a pouco mais de um minuto do final voltou a deixar tudo empatado (14-14).
Porém, depois o lado mau de Portugal voltou a emergir. Tal como tinha acontecido há uma semana contra a França e ao País de Gales, na “bola de jogo” os portugueses deram espaço ao adversário e a Espanha agradeceu para garantir a vitória (14-19).
Se contra os espanhóis o jogo foi repartido, no jogo seguinte contra a Rússia o domínio de Portugal foi avassalador e a bola esteve quase sempre em mãos portuguesas, mas de forma inacreditável os russos entraram três vezes no meio campo nacional e marcaram três ensaios!
Apesar de terem apresentado uma equipa bastante jovem, os russos fizeram exactamente o aposto de Portugal: foram competentes a defender e eficazes a atacar. Resultado? Saíram do relvado com a vitória por 19-0 e deixaram os portugueses em maus lençóis.
A encerrar o dia restava um confronto frente à Roménia, a selecção mais débil da competição. Os romenos chegavam ao encontro frente a Portugal com um esclarecedor saldo de 77 pontos sofridos e zero marcados contra a Rússia e a Espanha e a selecção nacional, para manter esperanças em conseguir o apuramento para a Cup, precisava de imitar russos e espanhóis e ganhar aos anfitriões por larga margem.
Mas o que se viu em Bucareste foi confrangedor. Perante um adversário muito limitado, a equipa portuguesa entrou em campo sem atitude e com uma prestação paupérrima, Portugal rapidamente sofreu dois ensaios e passou a perder por 0-14. Num ápice, num jogo onde a selecção nacional tinha a obrigação de conseguir um triunfo dilatado, o objectivo transformava-se em tentar evitar a derrota.
Antes do intervalo, pouco depois de Pedro Leal evitar o terceiro ensaio romeno, um contra-ataque resultou em ensaio de Joe Gardener e Portugal foi para o intervalo a perder por 7-14. Mas na segunda parte a falta de atitude nacional manteve-se.
Com apenas 30 segundos, os jogadores portugueses voltaram a tentar placar com as mãos e os olhos e os romenos agradeceram para fazer o terceiro ensaio e colocar o marcador num impensável 7-21. A menos de dois minutos do fim, novo ensaio de Gardener ainda reduziu para 14-21, mas já não dava para evitar o desastre.
Pela terceira vez nas quatro etapas do Circuito Europeu, Portugal vai disputar a Taça Bowl (últimos quatro lugares), onde defronta neste domingo às 9h50 a Itália nas meias-finais, mas independentemente dos resultados que ainda conseguir em Bucareste, um lugar na segunda metade da classificação final do Rugby Europe Sevens Grand Prix Series de 2014 já é uma certeza para a selecção nacional.
Resultados:
Espanha-Portugal, 19-14
Rússia-Portugal, 19-0
Portugal-Roménia, 14-21