Algarve só será incluído no programa +Superior no próximo ano

Depois dos protestos da universidade, MEC reconhece que região preenche os requisitos para ser incluída no programa que vai atribuir bolsas de 1500 euros anuais.

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Público (arquivo)

Ao contrário de outras 12 instituições de ensino superior que ficam fora das principais cidades do país, a Universidade do Algarve não consta da lista de universidades e politécnicos onde a frequência será apoiada pelo programa lançado este Verão pela primeira vez pelo Governo. A exclusão da região foi criticada pelo Reitor da Universidade do Algarve, António Branco, que se mostrou surpreendido pela opção.

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Ao contrário de outras 12 instituições de ensino superior que ficam fora das principais cidades do país, a Universidade do Algarve não consta da lista de universidades e politécnicos onde a frequência será apoiada pelo programa lançado este Verão pela primeira vez pelo Governo. A exclusão da região foi criticada pelo Reitor da Universidade do Algarve, António Branco, que se mostrou surpreendido pela opção.

O Algarve teria sido afastado por estar inserida numa região de transição do objetivo de convergência da União Europeia – que financia o programa – ainda que cumprisse outros preceitos. O governo vem agora reconhecer razão às pretensões do Algarve. “Reconhecemos que a região preenche os requisitos do programa no que toca à demografia”, afirma ao PÚBLICO fonte do gabinete de Nuno Crato. O MEC justifica a exclusão pelo tempo curto definido para o fecho do programa, pelo que “não foi possível inscrever esta região”. No entanto, “a situação será revista no próximo ano”, promete a tutela.

A situação tinha merecido também a intervenção do o deputado do PS Miguel Freitas, que enviou uma pergunta ao MEC na qual considerada a exclusão da Universidade do Algarve coloca a instituição “numa situação de enorme desigualdade” relativamente às restantes selecionadas. O reitor António Branco teme também que este ano fora do + Superior pode significar uma perda de muitos alunos. “Os candidatos sabem do programa de deslocação territorial mas depois a informação que têm é que a Universidade do Algarve não atribui as bolsas”, alerta.

A Universidade do Algarve vai receber alunos de mais de 50 países, que esta quarta-feira foram recebidos no anfiteatro Teresa Gamito, no campus de Gambelas, no Dia Internacional, uma iniciativa apresentada como “mais um passo no trajeto que a Universidade do Algarve tem vindo a apostar em busca da internacionalização".

Este é o primeiro ano de funcionamento do + Superior, um programa que tem como objectivo atrair candidatos para as instituições de ensino superior de regiões do país que fiquem fora dos grandes centros urbanos. A iniciativa atribui uma bolsa de mobilidade de 1500 euros anuais, a um máximo de mil alunos, que podem estudar nas instituições selecionadas: Universidade da Beira Interior (80 bolsas), Universidade de Évora (75), Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (100), Instituto Politécnico de Viana do Castelo (100), Instituto Politécnico de Bragança (100), Instituto Politécnico da Guarda (80), Instituto Politécnico de Castelo Branco (80), Instituto Politécnico de Viseu (80), Instituto Politécnico de Tomar (80), Instituto Politécnico de Santarém (75), Instituto Politécnico de Portalegre (75) e Instituto Politécnico de Beja (75).

Nos primeiros seis dias de candidaturas, o +Superior já recebeu candidaturas capazes de ocupar mais de metade das mil vagas disponíveis. De acordo com as estatísticas divulgadas pela Direcção-Geral do Ensino Superior, até 16 de Setembro, 554 estudantes submeteram a sua proposta para poderem vir a receber este apoio. As áreas metropolitanas das duas principais cidades do país são aquelas de onde provêm o maior número de candidatos – Lisboa (72) e Porto (69) –, seguidas do vale do Ave (63) e Tâmega (62). O prazo de candidatura ao programa prolonga-se até ao próximo dia 10 de Outubro.