Eleições para a Federação de Leiria do PS não se realizaram em Pombal

 "Não se realizaram eleições porque não havia condições de segurança para os membros da mesa eleitoral, nem para quem quisesse votar", afirmou à Lusa Gláucia Martins, nomeada para presidir à mesa nas eleições a repetir em Pombal.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

 "Não se realizaram eleições porque não havia condições de segurança para os membros da mesa eleitoral, nem para quem quisesse votar", afirmou à Lusa Gláucia Martins, nomeada para presidir à mesa nas eleições a repetir em Pombal.

Gláucia Martins explicou que "a concelhia não abriu a sede, disse que não formava mesa e quando foi perguntado se havia segurança física para os membros da mesa que seria formada no passeio, o presidente da concelhia disse que não dava garantias de segurança".

"Foi dito, peremptoriamente, por um camarada que só tínhamos duas alternativas, ir embora ou ir embora", acrescentou a responsável, reconhecendo ter existido "uma troca de palavras em tom mais elevado" entre militantes que se encontravam no local.

Gláucia Martins adiantou que foi elaborado um auto de ocorrência a remeter ao presidente da Federação Distrital de Leiria.

O antigo governador civil de Leiria José Miguel Medeiros, apoiante de António Costa nas primárias do partido, ganhou as eleições para a Federação Distrital do PS no dia 5 de Setembro, derrotando o seu único adversário, António Sales, que expressou apoio ao secretário-geral, António José Seguro.

Cinco dias depois, o presidente da Comissão Organizadora do Congresso, Delfim Azevedo, revelou que as eleições iriam ser repetidas nas concelhias de Pombal, Óbidos e Alcobaça, mas neste último caso apenas para delegados ao congresso.

"Em relação a Pombal, eu recebi comunicação de que existia um militante que estava ausente do país e que aparecia descarregado nos cadernos eleitorais, como se tivesse votado", explicou na ocasião Delfim Azevedo, adiantando que, neste caso, "a COC decidiu, por unanimidade, remeter a documentação para o Ministério Público e para a Polícia Judiciária para averiguações".

No caso de Óbidos, "onde há nove militantes com capacidade eleitoral, a acta tinha sido assinada por um elemento que não tinha essa capacidade".

O presidente da concelhia de Pombal, Carlos Gameiro Lopes, que na quinta-feira anunciara que não iria abrir as instalações, reiterou hoje que a Comissão Política de Secção de Pombal não reconheceu legitimidade estatutária e regulamentar à COC para mandar repetir as eleições.

Carlos Gameiro Lopes reafirmou que a comissão deliberou, ainda, "aceitar a repetição das eleições se e quando regularmente convocadas pelo órgão com legitimidade para tal".

Em Alcobaça, a concelhia está de portas abertas, mas não há elementos da mesa suficientes nem elementos do secretariado que os possam substituir de acordo com o regulamento, pelo que o acto eleitoral não se está a realizar, esclareceu o seu presidente, César Santos.

Entretanto, a Comissão Federativa de Jurisdição chumbou o recurso da candidatura de Medeiros que pretendia anular a marcação de eleições. Um recurso desta decisão foi remetido para a Comissão Nacional de Jurisdição que se deverá pronunciar nas próximas 24 horas.