Sensorial Fit: roupas feitas a pensar em crianças especiais

A edição 2014 do Prémio Nacional das Indústrias Criativas tem dez finalistas — e nós quisemos saber mais sobre eles. A designer de moda Ângela Pires, de 28 anos, criou uma marca de roupa pensada para crianças com necessidades especiais

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O vosso projecto é um dos 10 finalistas da edição 2014 do PNIC. Como o descreveriam a quem nunca ouviu falar de vocês?

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O vosso projecto é um dos 10 finalistas da edição 2014 do PNIC. Como o descreveriam a quem nunca ouviu falar de vocês?

A sensorialFIT é uma marca de vestuário infantil que tem como objectivo aumentar o conforto e a autonomia das crianças — particularmente de crianças com necessidades especiais — e, simultaneamente, estimular o seu desenvolvimento sensório-motor. São peças de roupa mais confortáveis e fáceis de vestir e despir, às quais se podem anexar acessórios lúdicos, interactivos e didácticos. Estes acessórios têm um carácter modular (podem ser usados nas peças ou fora delas) e ainda estímulos sensoriais diversos, como cores, texturas, luzes, sons, aromas, tecidos que mudam de cor …

Em que é que a vossa empresa difere de outros projectos semelhantes?

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Ângela Pires

A diferença tem sobretudo a ver com a conjugação de duas vertentes que são fundamentais ao bem-estar e desenvolvimento das crianças: o conforto (vertente funcional das peças) e a estimulação sensorial (vertente interactiva, terapêutica e lúdica, presente sobretudo nos acessórios). Além disso, este conceito de modularidade permite que cada pai ou mãe possa customizar as peças de acordo com as necessidades da criança: escolher a peça com as funcionalidades e características que mais se adaptam à sua condição motora e, simultaneamente, os acessórios que melhor se adequam à faixa etária e necessidades terapêuticas.

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Sensorial Fit

O prémio para o vencedor desta edição são 25 mil euros. Caso vençam, como contam investir o dinheiro?

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Pormenor do protótipo

O valor do prémio seria importante, nesta fase, para aumentar a equipa, desenvolver novos produtos e, numa fase seguinte, para toda a estratégia de marketing que é necessário implementar.

O que faz falta às indústrias criativas portuguesas?

Para além de capital, sem o qual não conseguiríamos avançar com as ideias, penso que é importante criar mais pólos e incubadoras ligadas às indústrias criativas, de forma a promover sinergias entre as várias áreas artísticas. Nos últimos anos surgiram alguns exemplos muito interessantes, como a Oliva Creative Factory ou a Fábrica de Santo Thyrso. Era importante que outras zonas do país seguissem estes exemplos e criassem este tipo de centros de produção cultural. Iniciativas como o PNIC são também fundamentais, não só pela divulgação dos projectos e pelo prémio associado ao concurso mas, sobretudo, por todo o trabalho que é feito no desenvolvimento das ideias de negócio e o networking estabelecido entre os vários projectos.

Se a vossa empresa/projecto fosse a uma entrevista de emprego e lhe perguntassem onde vai estar em 2020, o que responderiam?

Em 2020 espero que a sensorialFIT esteja estabelecida internacionalmente nos principais mercados de vestuário infantil e que a marca seja uma referência dentro da comunidade que existe em torno das crianças com necessidades especiais (associações de pais, clínicas da especialidade, hospitais, centros terapêuticos, escolas, etc.). O objectivo é que em 2020 a sensorialFIT esteja a melhorar a qualidade vida e o desenvolvimento de crianças de todo o mundo.