Jovens portugueses criam nova marca de iogurte grego caseiro
A Yonest é uma marca portuguesa de iogurte grego tradicional. O negócio que começou num triciclo no Saldanha, em Lisboa, estende-se agora até ao Porto e Algarve
Uma taça de iogurte com umas lascas de atum. Estranho? Não para a Yonest, uma marca portuguesa de iogurte grego caseiro que pretende “criar experiências novas associadas ao iogurte”.
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Uma taça de iogurte com umas lascas de atum. Estranho? Não para a Yonest, uma marca portuguesa de iogurte grego caseiro que pretende “criar experiências novas associadas ao iogurte”.
O iogurte que normalmente se apresenta doce, com frutas ou cereais, na Yonest pode fazer parte de um “snack” salgado. Para já, a única receita de “iogurte salgado” é a de atum, mas a marca pretende criar mais. “Por muito que possa chocar mentes culinariamente menos abertas, a cremosidade do iogurte associada ao atum é uma experiência fantástica. E mais fantástico ainda é tentar convencer as pessoas disso e levá-las a provar a mistura. Depois adoram”, garante o gestor.
As receitas salgadas não servem só para inovar o palato da Yonest. “Uma das coisas em que temos vindo a apostar”, explica Filipe, “é que o iogurte pode ser um bom substituto das natas e da maionese na cozinha”. Isto porque 100 gramas de iogurte “têm apenas 47 calorias”, ao passo que a mesma quantidade de natas fornece 345 calorias, nota o responsável da Yonest.
A Yonest apresenta novidades todos os meses, procurando unir a sua receita de iogurte a produtos de outras marcas portuguesas. Exemplos dessas uniões são o xarope de groselha da Catarina Portas, o bolo de chocolate do “Melhor bolo de chocolate do Mundo” e a tarte de amêndoa da marca “A Tarte”.
Filipe Botto foi o impulsionador deste projecto e contou ao P3 que quer “introduzir este produto em espaços onde ele não estava habitualmente como cafés”. “Ninguém pedia um iogurte para pequeno-almoço num café, é algo que as pessoas preferiam tirar do seu frigorífico e levar na mala”, explicou Filipe.
“You’re dead to me”
Se existisse um Shark Tank em Portugal, Filipe defendia a sua marca de iogurte grego dando a provar aos “tubarões” o seu produto. “Porque acho que é a melhor estratégia quando temos um produto realmente bom”, diz. Ele não participou no “reality show” norte-americano mas ainda assim, em Portugal, teve de provar à família que não era “maluco” por apostar com tanto entusiamo nesta ideia. “Muitas vezes quem mais critica é a nossa própria família, que para nos proteger nos tenta mostrar o que pode correr mal”, comenta.
A Yonest foi a primeira empresa de comércio e serviço da Startup Lisboa ,que Filipe descreve como “uma incubadora que nasceu para que o empreendedorismo fosse apoiado com espaços de escritório em zonas premium da cidade de Lisboa”.
Formado em gestão, Filipe abandonou aos 33 anos uma carreira promissora na banca de investimentos para criar uma marca de iogurte caseiro. A crise não lhe fez frente e criou a Yonest em Dezembro de 2013. Filipe garante que “estes primeiros meses de mercado têm provado que o produto está interessante”.
“As grandes empresas mundiais nasceram em cenários de crise”, sublinha Filipe, garantindo que este cenário financeiro tem algumas vantagens. No caso da Yonest os benefícios traduzem-se nos apoios estatais que recebeu e na receptividade por parte das pessoas, que se sentem “inspiradas por empreendedores que tiveram coragem para avançar com uma ideia”, diz Filipe.
A comercialização do produto começou por ser feita em venda ambulante, com o Yogurtman — um triciclo que está habitualmente no Saldanha, em Lisboa. Actualmente, a empresa tem vários revendedores pelo país.
Podes encontrar iogurtes da Yonest em lojas de Lisboa, do Porto ou do Algarve. Os iogurtes são vendidos em doses individuais (2 euros) ou em boiões de vidro de 500 gramas (5 euros).
Texto editado por Andréia Azevedo Soares