Jorge Lacão defende que reforma da lei eleitoral não se deve fazer no fim da legislatura
Ex-ministro dos Assuntos Parlamentares socialista critica o timing de António José Seguro. Com uma palavra: Populista.
Numa reacção à proposta hoje feita pelo secretário-geral do PS, António José Seguro, o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares lembrou que ele próprio defendeu a oportunidade desta reforma, quando negociou com o PSD, em 1997, a revisão da lei eleitoral, mas questionou a oportunidade da mesma ser agora apresentada.
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Numa reacção à proposta hoje feita pelo secretário-geral do PS, António José Seguro, o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares lembrou que ele próprio defendeu a oportunidade desta reforma, quando negociou com o PSD, em 1997, a revisão da lei eleitoral, mas questionou a oportunidade da mesma ser agora apresentada.
“Uma reforma dessas tem uma oportunidade - essa oportunidade não é seguramente no fim da legislatura. Porque implica muita ponderação, muita necessidade de consenso e não soluções precipitadas, justamente na fase final em que é necessário recorrer à pronúncia dos eleitores", disse Jorge Lacão, acompanhado da deputada socialista Isabel Moreira.
O socialista questionou o "timing " da proposta do secretário-geral, realçando, em simultâneo, que uma reforma desta dimensão necessita de “um grande consenso” de dois terços dos deputados. O parlamentar enfatizou ainda a necessidade de ser preservado o princípio da proporcionalidade, não afectando a representatividade parlamentar dos partidos minoritários.
Sem nunca referir directamente o líder do PS, Jorge Lacão lamentou, no entanto, que esta proposta não tenha sido discutida nas estruturas do partido, nomeadamente no grupo parlamentar. Por isso, disse, o objectivo parece ser o de “corresponder a uma expectativa popular, diria mesmo populista".