Novas sanções europeias contra a Rússia entram em vigor esta sexta-feira
Estados Unidos também vão anunciar mais medidas em retaliação contra o apoio de Moscovo aos separatistas da Ucrânia. Kremlin promete responder com proibição de importações europeias.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Segundo a Reuters, os Estados Unidos preparam-se para acrescentar o Sberbank, maior banco da Rússia, à lista das instituições financeiras proibidas de fazer negócios no país, e ainda restringir o acesso a capital norte-americano de outros bancos russos mais pequenos.
O novo pacote de sanções europeias — que impede o financiamento dos maiores produtores de petróleo russos no mercado de capitais europeu — foi aprovado por Bruxelas na semana passada, mas os Estados-membros não tinham ainda acertado o calendário para a sua implementação.
A decisão de hoje em Bruxelas foi de aplicar o novo regime já a partir desta sexta-feira, mas, segundo explicou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, ficou também estabelecido que no fim do mês seria feita uma avaliação do cumprimento do acordo de cessar-fogo firmado entre a Ucrânia e os rebeldes separatistas pró-russos, cuja conclusão poderia determinar o levantamento parcial ou total das sanções à Rússia.
“Se a situação no terreno assim o determinar, os funcionários europeus poderão apresentar propostas para emendar, suspender ou cancelar o conjunto de sanções que entraram em vigor, em parte ou na totalidade”, declarou Van Rompuy, que discutiu este enquadramento num telefonema com a chanceler alemã, Angela Merkel, o Presidente francês, François Hollande, e os primeiros-ministros do Reino Unido e Itália, David Cameron e Matteo Renzi, respectivamente.
“Uma inversão do rumo seguido pela Rússia naturalmente levaria a União Europeia (UE) e outros a reavaliar a situação. Mas até agora, infelizmente, não tivemos nenhum sinal credível de que esse será o caso, e foi por isso que os líderes europeus concordaram em avançar com as sanções imediatamente”, resumiu o porta-voz do Governo britânico, citado pela Reuters.
Kremlin responde
O Kremlin prometeu retaliar contra a União Europeia com “medidas equivalentes” se as novas sanções entrassem em vigor. Um dos conselheiros económicos do Governo, Andrei Belousov, disse à agência Ria-Novosti que a Rússia poderia proibir ou limitar a entrada de importações europeias, nomeadamente bens de consumo ou carros usados. Uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros citado sob anonimato pela agência russa disse que a decisão dos líderes da UE “aumenta os riscos de uma confrontação, estagnação económica e desemprego” na Europa.As sanções europeias afectam poderosas empresas petrolíferas como as estatais Rosneft e Transneft, que se vêem forçadas a financiar-se directamente com o Tesouro russo. No entanto, a UE deixou de fora deste novo pacote o sector do gás natural e a Gazprom, que é a maior produtora mundial e principal fornecedora do mercado europeu. Outras medidas atingem o sector da defesa e ainda o sistema bancário russo. Outros 24 nomes, de dirigentes políticos russos e líderes rebeldes ucranianos, serão também acrescentados à lista de indivíduos impedidos de viajar para o espaço europeu ou com bens congelados.