Azeitoneira: designer criou a OLI para esconder os caroços
O projecto nasceu do desejo de criar uma peça com um design apelativo e que funcionasse como taça de servir azeitonas e que, ao mesmo tempo, fosse um recipiente para colocar os caroços
A OLI é um dois em um. O designer Miguel Pinto Félix inspirou-se na azeitona Negrinha de Freixo para criar esta peça, que pretende concretizar através de uma campanha de “crowdfunding” a decorrer até 30 de Setembro.
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A OLI é um dois em um. O designer Miguel Pinto Félix inspirou-se na azeitona Negrinha de Freixo para criar esta peça, que pretende concretizar através de uma campanha de “crowdfunding” a decorrer até 30 de Setembro.
Mas, afinal, o que é a OLI? O projecto nasceu do desejo de criar uma peça com um design apelativo, prático, que funcionasse como uma taça de servir azeitonas e que, ao mesmo tempo, fosse um recipiente para colocar os caroços (sem que estes ficassem expostos num vaso). “Desenvolvi a OLI a pensar na estrutura estética e, ao mesmo tempo, na sua funcionalidade", explica Miguel Félix ao P3. "É uma obra para todos”.
Inspirada no fruto da oliveira, esta azeitoneira pesa aproximadamente 430 gramas e só será comercializada em Outubro por um preço que irá oscilar entre 35 a 40 euros. Neste momento, a peça está a ser produzida em porcelana vidrada, preta no exterior e branca no interior. A OLI é dividida em duas partes: uma serve de taça para servir as azeitonas e a outra serve de depósito para os caroços, inseridos por um orifício existente no topo e retirados por uma tampa em silicone na base. “As questões de higiene e limpeza são muito importantes para uma obra ligada à gastronomia. Esta é uma obra lavável tanto na máquina como manualmente”, sublinha Miguel Félix.
De acordo com o designer, esta é a reprodução da interpretação de uma azeitona e tem como medidas exactas 140 milímetros de altura e 115 milímetros de diâmetro. É uma representação de uma oliva “Negrinha de Freixo”, muito carnuda, negra e brilhante. O que Miguel Pinto Félix fez foi preocupar-se ",esteticamente, como esconder o caroço e ao mesmo tempo valorizar o fruto”.
A veneração pelas oliveiras
A ideia surgiu em 2011, mas só no início de 2014 é que começou a fase de pré-produção, na qual foi analisada a viabilidade do projecto.
O nome OLI surgiu da palavra “oliveira” e foi a forma que Miguel Félix encontrou de manter uma ligação com a árvore que venera e lhe tem servido de inspiração. O nome da obra foi desenhado como se fosse uma assinatura e a letra “O” remete para a forma da azeitona.
Não é a primeira vez que Miguel está ligado à cultura da oliveira, o Platu foi o seu primeiro empreendimento, em Dezembro de 2008, "uma oliveira desenhada para o azeite". Uma forma criativa e simultaneamente funcional de um objecto específico para a degustação do azeite. O Platu é visto pelo autor como um projecto evolutivo, quer ao nível das características técnicas, quer ao nível do design, que tem dado oportunidades à OLI noutros países.
O crowdfunding surgiu, primeiro, do facto de o designer ter lido alguns artigos sobre o assunto e, depois, da relação que encontrou com o seu projecto, que procura avançar com a maior rapidez. “Este meio de angariação de fundos é também um meio de angariação de contactos e de divulgação do projecto junto de potenciais clientes”, declara.
Quem contribuir para este projecto é recompensado: quem aplicar uma quantia igual ou superior a cinco euros receberá postal digital do projecto assianado pelo próprio autor. A gratificação máxima é concedida ao apoio igual ou superior a 100 euros: dois exemplares da OLI autografados pelo autor, um "pack" de azeitonas da variedade “Negrinha de Freixo” e uma colecção de seis postais da OLI.
Texto editado por Amílcar Correia