Portugal ainda não tem definida participação na força de intervenção reactiva da NATO
Contribuição decidida até Fevereiro não envolve armamento, mas apenas apoio logístico.
"É natural que Portugal esteja também envolvido, como não pode deixar de ser, em todo o esforço aliado e o facto de haver agora a criação de uma força de alta prontidão constitui um desafio extremamente relevante que implica, não apenas a necessidade de rever orçamentos, mas implica também uma grande capacidade para partilhar recursos, desde logo recursos humanos também", declarou o governante aos jornalistas portugueses.
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"É natural que Portugal esteja também envolvido, como não pode deixar de ser, em todo o esforço aliado e o facto de haver agora a criação de uma força de alta prontidão constitui um desafio extremamente relevante que implica, não apenas a necessidade de rever orçamentos, mas implica também uma grande capacidade para partilhar recursos, desde logo recursos humanos também", declarou o governante aos jornalistas portugueses.
Passos Coelho falava em Newport, no País de Gales, no final de dois dias de trabalho da cimeira da NATO, e no dia em que se soube que os membros da Aliança decidiram criar uma força de intervenção "muito reactiva" que possa ser destacada em poucos dias para qualquer lugar do mundo, comandada a partir de uma "presença permanente" no leste europeu.
Essas decisões, apresentadas pelo secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen, como uma resposta à atitude da Rússia na Ucrânia e à ameaça do jihadismo, foram tomadas pelo Conselho do Atlântico Norte na Cimeira de Newport pelos líderes dos 28 países membros.
Sobre a participação de Portugal na força de intervenção, o primeiro-ministro diz que "é prematuro" dar agora uma "resposta clara" sobre a mesma. Por seu lado, o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, revelou que o "trabalho de desenvolvimento em relação às medidas que agora foram aprovadas vai acontecer até Fevereiro de 2015" e há portanto "tempo de preencher do ponto de vista de execução as medidas" aprovadas.
Os quartéis-generais da força de acção imediata terão a sua sede num dos aliados do leste da Europa, onde a Aliança Atlântica pretende manter "uma presença e actividade continuada" numa "base rotativa".
Passos Coelho anunciou ainda que, especificamente sobre a Ucrânia, Portugal irá contribuir com "material militar não letal" considerando uma "lista de necessidades elaborada pelas autoridades de Kiev". Desta lista, não consta armamento, mas meios de apoio logístico, como tendas.
O chefe do Governo declarou ainda que Portugal será palco no próximo ano, em conjunto com Espanha e Itália, do exercício militar da NATO Trident Juncture, como o PÚBLICO noticiou na passada quinta-feira.