Quatro conceitos que vais recordar do Verão de 2014
Este Verão, a hashtag #GoPro ficou mais gasta do que a T-shirt com bolsinho de um RP do Bliss.
1) “Meets”
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
1) “Meets”
Em primeiro lugar, estes Meets em Lisboa no meio do Verão parecem a nova versão daquele deprimido que publicava "Quem está em Lisboa?" a 10 de Agosto e recebia zero likes e os comentários "LOL nng q triste"; "Devias ter vindo ao Boom, maninho" e "NOS VAMOS NO PROXIMO FDS ABRACO TIOS ORLANDO E MIZÉ".
Os media salientaram que os Meets eram compostos maioritariamente por jovens de ascendência africana, mas Meet não é abreviativo de Meeting? E a verdade é que, nos Meetings de Atletismo, o único homem branco alguma vez presente dava pelo nome de Rosa Mota.
De resto, o Meet no Colombo lembrou-nos a todos do estágio da Selecção em Campinas. Os convocados não surgiram, veio um porradão de jornalistas, e só lá estavam os brasileiros e as porquitchonas do costume.
2) Go Pro
Este Verão, a hashtag #GoPro ficou mais gasta do que a T-shirt com bolsinho de um RP do Bliss.
Hoje, os pais até equipam os filhos com a GoPro para perceberam o que andam a fazer. Se em 2007 existisse essa possibilidade, o desaparecimento da Maddie resolvia-se no Insta. E o caso não teria sido entregue à Scotland Yard, mas ao Inspector Gadget.
Esperamos que ainda sejam publicadas perspectivas diferentes deste Verão oferecidas pela GoPro, como "GoPro na Cara do Taxista Quando Te Leva do Aeroporto até Alvalade"; "GoPro no Hipster Anão que Não Conseguiu Ver Chet Faker"; "GoPro no Beto A Percorrer A Rua da Atalaia Até Ficar sem GoPro"; "Uma GoPro Montou uma GoPro e Você Não Vai Acreditar Na Reacção das Pessoas a Olhar Para uma GoPro".
3) Gin
Tal como a litrosa que esqueceste no congelador na final do Mundial, o gin explodiu. O gin reinventou-se. O segredo agora está no "zest" (raspa) que providencia um aroma ímpar à bebida. O importante é abrir a mente, podes adicionar ao teu gin a raspa que a tua originalidade permitir: limão, lima, laranja, toranja, nabo, entremeada, lampreia, pedra pomes, Pêpê Rapazote, Paéz.
O gin não podia estar mais na moda. A malta que foi para a Rua da Oura teve, como sempre, de fazer análises. Mas este ano foi para um copo balão de pé alto. Se os Morangos com Açúcar - Férias de Verão fossem agora, não existiria o "MorangIce", mas sim o "Gin Mare com bagas da peruca do FF".
4) Festivais
Este ano, os festivais contaram com mais de um milhão de espectadores. Em Portugal, quem não foi a um festival este ano sofreu tanto como alguém que não fosse comunista em 1976: não tem vida social, mas ainda se pode safar se for ao Avante!.
O pior festivaleiro do ano foi claramente o que só foi ao Sudoeste. O Sudoeste é tal e qual um campo de refugiados sírios. Tem tendas, o pessoal não toma banho e anda tudo à mocada por uma lata de salsichas. A única coisa que um campo de refugiados sírios não tem é música electrónica. O que é normal, porque é muito difícil dançar só com uma perna.