Conclusão da venda dos CTT rende 343 milhões à Parpública
Parpública consegue 6700 milhões com as privatizações. Cotação dos CTT desliza, mas fica acima do valor oferecido na venda.
Na segunda fase da privatização (a primeira aconteceu no final de 2013), foram alienadas 47.253.834 acções, equivalentes a 31,5% do capital, através de um processo de venda acelerada dos títulos. Neste modelo, os bancos angariam os investidores institucionais, havendo um curto período de oferta.
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Na segunda fase da privatização (a primeira aconteceu no final de 2013), foram alienadas 47.253.834 acções, equivalentes a 31,5% do capital, através de um processo de venda acelerada dos títulos. Neste modelo, os bancos angariam os investidores institucionais, havendo um curto período de oferta.
A venda dos títulos a 7,25 euros representa um desconto superior a 7% em relação ao valor das acções de quinta-feira, o que levou hoje a uma desvalorização da cotação dos CTT. Os títulos encerraram nos 7,386 euros, menos 5,43% do que na véspera, mas acima do valor da oferta.
A última fase da privatização da empresa liderada por Francisco Lacerda, aprovada pelo Governo no Conselho de Ministros de quinta-feira, fica concluída com a liquidação da oferta a 10 de Setembro.
O montante bruto conseguido pela Parpública é de 343 milhões de euros. Conjugado o valor da primeira fase da privatização, o encaixe final da privatização ascende a 909,2 milhões de euros.”É um enorme êxito tanto para o Estado como para a equipa de gestão dos CTT”, considerou à Lusa o ministro da Economia, António Pires de Lima. “Muitos diziam que [a empresa] não valia mais de 400 ou 500 milhões de euros, quando o Governo estava a estudar a possibilidade de lançar a privatização. Eu próprio ouvi comentários de investidores que estavam interessados na empresa que declaravam que esta não valeria mais de 300 ou 400 milhões de euros. Foram 900 milhões”, reforçou.
O presidente dos CTT veio considerar que “a operação foi um sucesso”, sublinhando à Lusa o facto de “uma parte muito importante dos accionistas e dos capitais que investiram e investem” nos correios serem “investidores institucionais e internacionais”. Para Francisco de Lacerda, é sinal de “confiança” em Portugal e de que há “capital disponível para [investir em] actividades no país”.
A primeira fase combinou uma venda em bolsa a privados e uma venda directa a institucionais, seguindo-se a duas operações na Europa que geraram entusiasmo no mercado, a venda do britânico Royal Mail e do belga BPost.
A operação é contestada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, primeiro subscritor de uma petição que chegou à Assembleia da República contra a venda dos correios. Num relatório final da petição, apresentado esta semana na Comissão de Orçamento e Finanças pelo deputado socialista Paulo Campos, relator do documento (e ex-secretário de Estado com a pasta do sector), refere-se que a segunda fase da privatizações foi aprovada sem serem apresentados “estudos que permitam identificar os benefícios para o sector público e sem enunciar claramente os objectivos da privatização para o sector público”, escreve o Jornal de Negócios.
Com os CTT 100% privados, o encaixe financeiro conseguido pela Parpública através dos últimos processos de privatização sobe para 6700 milhões de euros. O montante resulta do valor arrecadado com a venda dos correios, da EDP, da ANA e da REN.
A segunda fase da venda dos correios foi assessorada pelo Caixa Banco de Investimento e o JP Morgan Securities PLC.