Queer Lisboa estende-se ao Porto pela primeira vez

Maior edição de sempre do Festival de Cinema Queer Lisboa vai chegar ao Porto, pela primeira vez, a 3 e 4 de Outubro, com sessões agendadas para a Casa das Artes

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O Queer Lisboa — Festival Internacional de Cinema Queer vai exibir, a partir de 19 de Setembro, 135 filmes de 38 países, a maior edição de sempre, segundo a organização, que estenderá o certame ao Porto, pela primeira vez.

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O Queer Lisboa — Festival Internacional de Cinema Queer vai exibir, a partir de 19 de Setembro, 135 filmes de 38 países, a maior edição de sempre, segundo a organização, que estenderá o certame ao Porto, pela primeira vez.

A programação completa da 18.ª edição foi divulgada esta quarta-feira, 3 de Setembro, numa conferência de imprensa, em Lisboa, por João Ferreira, director do festival, que considera a mostra de cinema queer deste ano "um ponto de viragem", com "mais um salto qualitativo".

Uma das novidades desta edição é o alargamento do festival ao Porto, a 3 e 4 de Outubro, na Casa das Artes, numa colaboração do Queer Lisboa com o Cineclube do Porto e a Direcção Regional de Cultura do Norte.

Uma retrospectiva da primeira fase da obra do realizador norte-americano John Waters, a filmografia completa do britânico Ron Peck, um programa especial sobre o cinema queer africano e a estreia de alguns filmes estrangeiros são outros dos destaques desta 18.ª edição. Figura de culto do universo "queer-trash", o norte-americano John Waters estará em foco num programa que recupera cinco títulos de referência da primeira fase da sua filmografia, a serem exibidos na Cinemateca Portuguesa. Entre os títulos desta retrospectiva conta-se "Polyester" (1981), filme em cuja estreia foram distribuídos, entre os espectadores, "cartões-raspadinha" que replicavam alguns dos odores menos convencionais do filme.

A experiência vai ser recuperada pelo Festival Queer Lisboa, distribuindo o cartão "Odorama" entre o público. Está prevista a estreia nacional de títulos como "Party girl", de Marie Amachoukeli, Claire Burger e Samuel Theis (França), vencedor da Câmara de Ouro do festival de Cannes deste ano, e de "Xenia", de Panos H. Koutras (Grécia), que irão competir pela melhor longa-metragem com, entre outros, "Something must break", de Ester Martin Bergsmark (Suécia), que conquistou um dos Hivos Tiger Awards, no Festival de Cinema de Roterdão.

O júri da 18.ª edição do Queer Lisboa, nas longas-metragens, será composto pelo realizador Manuel Mozos, o programador do British Film Institute Michael Blyth e a directora do Mix Copenhagen, Lene Thomsen Andino. A programadora Ana Isabel Strindberg, o performer Miguel Bonneville e o ensaísta Martin P. Botha constituem o júri da competição de documentários. O realizador André Godinho, a produtora Joana Ferreira e o jornalista britânico Ben Walters são o júri da competição das curtas-metragens. Fernando Vendrell, Joana de Verona e o diretor do Curtas Vila do Conde, Nuno Rodrigues, compõem o júri da competição de filmes europeus de escola.

Este ano, a secção Queer Focus é dedicada ao continente africano — numa parceria com a plataforma Africa.Cont —, reunindo uma filmografia de produção exclusivamente africana que revela questões políticas e culturais do continente, assim como as formas como o seu cinema tem lidado com as questões ligadas à sexualidade e ao género.

Este programa decorrerá na Cinemateca Portuguesa que, entre 20 e 27 de Setembro, será palco também de exposições da egípcia Amanda Kerdahi e do franco-argelino Kader Attia.

Os clássicos "Touki Bouki", realizado por Djibril Diop Mambety (Senegal), em 1973, cujo restauro digital Martin Scorsese supervisionou, e "Appunti per un´Orestiade Africana", do italiano Pier Paolo Pasolini (Itália, Marrocos), assim como "2 Men and a Wedding", da sul-africana Sara Blecher, são alguns dos filmes programados.

De acordo com a organização, a edição deste ano do Queer Lisboa é financiada pela Câmara Municipal de Lisboa/Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), pelo Programa Media, da União Europeia, em conjunto com apoios privados.

O orçamento é de cerca de 130 mil euros, ao qual acrescem as receitas previstas de 20 mil euros, totalizando 150 mil euros, segundo os números divulgados pelo Festival Queer.

"Hoje eu quero voltar sozinho", de Daniel Ribeiro, e "Flores raras", de Bruno Barreto, ambos do Brasil, serão os filmes de abertura e de encerramento do festival, a 19 e a 27 de Setembro, em Lisboa.