Azov, o batalhão neonazi que vai defender Mariupol
É um dos batalhões mais ferozes de entre as dezenas que lutam ao lado do Exército oficial da Ucrânia. A sua missão é “liderar as raças brancas do mundo numa cruzada final pela sua sobrevivência”.
Enquanto na Ucrânia os separatistas pró-russos são vistos como terroristas, no Leste do país e na Rússia agita-se o fantasma do nazismo – para uma grande parte da opinião pública, o Governo de Kiev é composto por nazis que têm como principal objectivo matar ou subjugar os habitantes russófonos das províncias de Donetsk e Lugansk.
Como é comum neste tipo de generalizações, a estratégia funciona melhor se houver algum fundo de verdade: nem o primeiro-ministro nem o Presidente da Ucrânia são conhecidos por alguma vez terem defendido ideias nazis, mas nem todos os grupos que se opõem à influência russa podem ser vistos no Ocidente como defensores da liberdade e dos direitos humanos.
É aqui que entram alguns dos mais ferozes batalhões de voluntários ucranianos, que lutam ao lado do Exército oficial de Kiev – batalhões como o de Azov, que tem na sua bandeira um símbolo usado por divisões das SS nazis e que se prepara para liderar a defesa da importante cidade portuária de Mariupol na ofensiva que os separatistas deverão lançar nos próximos dias.
No dia 11 de Agosto, o correspondente em Moscovo do jornal britânico The Telegraph, Tom Parfitt, falou com alguns dos homens do Batalhão de Azov, que estavam nessa altura estacionados na pequena cidade de Urzuf, cerca de 40 quilómetros a Oeste de Mariupol.
Tal como dezenas de outros destes grupos de voluntários, o Batalhão de Azov serve para colmatar as lacunas do Exército da Ucrânia – muitos deles estiveram na Praça da Independência em Kiev, durante os protestos contra o antigo Presidente ucraniano Viktor Ianukovich e foram depois lutar contra os separatistas pró-russos para manterem a unidade do território da Ucrânia.
O Batalhão de Azov é conhecido por ser um dos mais ferozes. O seu fundador e comandante é Andri Biletski, também líder da formação ultranacionalista Assembleia Nacional Social. A sua ideologia ficou patente num comentário citado pelo jornal britânico: “A missão histórica da nossa nação neste momento crucial é liderar as raças brancas do mundo numa cruzada final pela sua sobrevivência. Uma cruzada contra os sub-humanos liderados por semitas.”
Por enquanto, o músculo do Batalhão de Azov satisfaz os seus ideais neonazis e a luta pela integridade territorial da Ucrânia, mas o discurso dos seus líderes aponta para uma coexistência nada pacífica com a União Europeia depois do fim do conflito no Leste do país.
Num texto publicado no site da Assembleia Nacional Social (liderada pelo comandante do Batalhão de Azov), e citado pela AFP, fala-se em “erradicar perigosos vírus”, numa referência que se pode ajustar a muitos dos líderes ocidentais que apoiam actualmente o Governo de Kiev: “Infelizmente, entre o povo ucraniano de hoje há muitos ‘russos’ (pela sua mentalidade, não pelo seu sangue), ‘judeus’, ‘americanos’, ‘europeus’ (da União Europeia liberal-democrata), ‘árabes’, ‘chineses’ e por aí em diante, mas não há muitos especificamente ucranianos.”
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Enquanto na Ucrânia os separatistas pró-russos são vistos como terroristas, no Leste do país e na Rússia agita-se o fantasma do nazismo – para uma grande parte da opinião pública, o Governo de Kiev é composto por nazis que têm como principal objectivo matar ou subjugar os habitantes russófonos das províncias de Donetsk e Lugansk.
Como é comum neste tipo de generalizações, a estratégia funciona melhor se houver algum fundo de verdade: nem o primeiro-ministro nem o Presidente da Ucrânia são conhecidos por alguma vez terem defendido ideias nazis, mas nem todos os grupos que se opõem à influência russa podem ser vistos no Ocidente como defensores da liberdade e dos direitos humanos.
É aqui que entram alguns dos mais ferozes batalhões de voluntários ucranianos, que lutam ao lado do Exército oficial de Kiev – batalhões como o de Azov, que tem na sua bandeira um símbolo usado por divisões das SS nazis e que se prepara para liderar a defesa da importante cidade portuária de Mariupol na ofensiva que os separatistas deverão lançar nos próximos dias.
No dia 11 de Agosto, o correspondente em Moscovo do jornal britânico The Telegraph, Tom Parfitt, falou com alguns dos homens do Batalhão de Azov, que estavam nessa altura estacionados na pequena cidade de Urzuf, cerca de 40 quilómetros a Oeste de Mariupol.
Tal como dezenas de outros destes grupos de voluntários, o Batalhão de Azov serve para colmatar as lacunas do Exército da Ucrânia – muitos deles estiveram na Praça da Independência em Kiev, durante os protestos contra o antigo Presidente ucraniano Viktor Ianukovich e foram depois lutar contra os separatistas pró-russos para manterem a unidade do território da Ucrânia.
O Batalhão de Azov é conhecido por ser um dos mais ferozes. O seu fundador e comandante é Andri Biletski, também líder da formação ultranacionalista Assembleia Nacional Social. A sua ideologia ficou patente num comentário citado pelo jornal britânico: “A missão histórica da nossa nação neste momento crucial é liderar as raças brancas do mundo numa cruzada final pela sua sobrevivência. Uma cruzada contra os sub-humanos liderados por semitas.”
Por enquanto, o músculo do Batalhão de Azov satisfaz os seus ideais neonazis e a luta pela integridade territorial da Ucrânia, mas o discurso dos seus líderes aponta para uma coexistência nada pacífica com a União Europeia depois do fim do conflito no Leste do país.
Num texto publicado no site da Assembleia Nacional Social (liderada pelo comandante do Batalhão de Azov), e citado pela AFP, fala-se em “erradicar perigosos vírus”, numa referência que se pode ajustar a muitos dos líderes ocidentais que apoiam actualmente o Governo de Kiev: “Infelizmente, entre o povo ucraniano de hoje há muitos ‘russos’ (pela sua mentalidade, não pelo seu sangue), ‘judeus’, ‘americanos’, ‘europeus’ (da União Europeia liberal-democrata), ‘árabes’, ‘chineses’ e por aí em diante, mas não há muitos especificamente ucranianos.”