Na primeira vez que sai do Brasil, a Bienal de São Paulo mostra-se em Serralves

Conjunto de obras de arte contemporânea ainda por seleccionar será exposto no museu portuense no Outono de 2015.

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O último levantamento das espécies vegetais de Serralves já tem 11 anos Bárbara Moreira

É nesse edifício, desenhado por Oscar Niemeyer, que se encontram as peças – algumas em processo de finalização – que farão a história da 31.ª edição da Bienal, que abre ao público no sábado, dia 30, e decorre até 7 de Dezembro. Entre elas estão dois conjuntos de imagens de Bruno Pacheco, o único artista português no histórico pavilhão do Parque do Ibirapuera.

Não é certo, no entanto, que Meeting Point e Outros Trabalhos, as peças de Pacheco, integrem o “recorte” da Bienal que chegará ao Norte de Portugal nos três meses de Outono do próximo ano. Essa será uma decisão a tomar pelo colectivo de curadores da mostra brasileira, que no início de 2015 viajarão para o Porto, em articulação com a equipa do Museu de Serralves.

“Temos de trabalhar em conjunto. [Antes de decidir] vamos lá para aprender um pouco sobre o Porto, para perceber a realidade da cidade”, declarou Charles Esche ao PÚBLICO. O curador escocês desta edição da Bienal disse ainda que será tida em conta “a condição particular” de Portugal quando foram escolhidas as obras, que respondem ao tema Coisas que não existem.

É um tema propositadamente poético, diz o colectivo de curadores da Bienal, que quis que os artistas convidados se debruçassem sobre o processo de transformação por que passam as sociedades actuais, sem no entanto se saber para onde caminham. É um desafio à imaginação. Ou, em alternativa, ao reconhecimento de coisas que existem, mas que estão escondidas.

Esche sublinhou que, dadas as relações históricas entre os dois países – e a itinerância inédita da Bienal para fora do Brasil –, os curadores pretendem responder ao “fardo colonial” português. Assim como ao seu “fardo contemporâneo”, a União Europeia. “É um espaço de conflito”, segundo o escocês, que “faz mais sentido” para esta estreia “do que a Suécia”.

Outra curadora da Bienal, Galit Eilat, disse ao PÚBLICO que Serralves foi uma aposta do presidente da Fundação da Bienal. A israelita, que destaca a história do museu português e considera “interessante” tratar-se de uma entidade privada, também vê nesta parceria uma espécie de “justiça colonial” – por serem agora os brasileiros a levar cultura para Portugal.

Apesar destas ideias embrionárias dos curadores, “ainda é cedo” para mais detalhes, refere Charles Esche. O que se sabe, para já, é que o acordo assinado a 25 de Julho pela directora de Serralves, Suzanne Cotter, prevê que o conjunto de obras ocupe cerca de 1400 metros quadrados do museu portuense. Segunda a assessoria da Bienal, os custos da produção serão repartidos.

O jornalista viajou a convite do Groupe Allard
 

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É nesse edifício, desenhado por Oscar Niemeyer, que se encontram as peças – algumas em processo de finalização – que farão a história da 31.ª edição da Bienal, que abre ao público no sábado, dia 30, e decorre até 7 de Dezembro. Entre elas estão dois conjuntos de imagens de Bruno Pacheco, o único artista português no histórico pavilhão do Parque do Ibirapuera.

Não é certo, no entanto, que Meeting Point e Outros Trabalhos, as peças de Pacheco, integrem o “recorte” da Bienal que chegará ao Norte de Portugal nos três meses de Outono do próximo ano. Essa será uma decisão a tomar pelo colectivo de curadores da mostra brasileira, que no início de 2015 viajarão para o Porto, em articulação com a equipa do Museu de Serralves.

“Temos de trabalhar em conjunto. [Antes de decidir] vamos lá para aprender um pouco sobre o Porto, para perceber a realidade da cidade”, declarou Charles Esche ao PÚBLICO. O curador escocês desta edição da Bienal disse ainda que será tida em conta “a condição particular” de Portugal quando foram escolhidas as obras, que respondem ao tema Coisas que não existem.

É um tema propositadamente poético, diz o colectivo de curadores da Bienal, que quis que os artistas convidados se debruçassem sobre o processo de transformação por que passam as sociedades actuais, sem no entanto se saber para onde caminham. É um desafio à imaginação. Ou, em alternativa, ao reconhecimento de coisas que existem, mas que estão escondidas.

Esche sublinhou que, dadas as relações históricas entre os dois países – e a itinerância inédita da Bienal para fora do Brasil –, os curadores pretendem responder ao “fardo colonial” português. Assim como ao seu “fardo contemporâneo”, a União Europeia. “É um espaço de conflito”, segundo o escocês, que “faz mais sentido” para esta estreia “do que a Suécia”.

Outra curadora da Bienal, Galit Eilat, disse ao PÚBLICO que Serralves foi uma aposta do presidente da Fundação da Bienal. A israelita, que destaca a história do museu português e considera “interessante” tratar-se de uma entidade privada, também vê nesta parceria uma espécie de “justiça colonial” – por serem agora os brasileiros a levar cultura para Portugal.

Apesar destas ideias embrionárias dos curadores, “ainda é cedo” para mais detalhes, refere Charles Esche. O que se sabe, para já, é que o acordo assinado a 25 de Julho pela directora de Serralves, Suzanne Cotter, prevê que o conjunto de obras ocupe cerca de 1400 metros quadrados do museu portuense. Segunda a assessoria da Bienal, os custos da produção serão repartidos.

O jornalista viajou a convite do Groupe Allard