UE estuda formas de alargar as sanções financeiras contra a Rússia
Bloomberg avançava que o Governo britânico pretendia levar à cimeira de Bruxelas a hipótese de excluir a Rússia do SWIFT, um sistema global de comunicações bancárias.
Nas comunicações feitas no final da cimeira de sábado, não foram divulgados quais os planos que estarão em cima da mesa para uma nova ronda de medidas punitivas. Porém, um dia antes da cimeira de líderes europeus, a agência noticiosa Bloomberg avançava que o Governo britânico pretendia levar à reunião a hipótese de excluir a Rússia do SWIFT, um sistema global de comunicações bancárias, essencial para as operações quotidianas entre bancos.
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Nas comunicações feitas no final da cimeira de sábado, não foram divulgados quais os planos que estarão em cima da mesa para uma nova ronda de medidas punitivas. Porém, um dia antes da cimeira de líderes europeus, a agência noticiosa Bloomberg avançava que o Governo britânico pretendia levar à reunião a hipótese de excluir a Rússia do SWIFT, um sistema global de comunicações bancárias, essencial para as operações quotidianas entre bancos.
SWIFT é a signal de Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication (Sociedade para a Telecomunicação Financeira Interbancária Global), uma cooperativa com sede na Bélgica, que fornece e gere o serviço. As comunicações SWIFT são usadas para ordens bancárias, como transferências, muito embora o sistema não seja responsável por efectivar a transacção. A medida afectaria não apenas os bancos, mas todo o tipo de negócios que são feitos com transacções bancárias.
Já em finais de Julho, quando lançou o anterior pacote de sanções, chegou à comunicação social um documento que circulara entre os Estados-membros e que contemplava opções que não foram então tomadas. Entre elas estavam a proibição de comprar dívida soberana à Rússia. O problema desta medida, explicava o documento, é que uma sanção simétrica por parte de Moscovo causaria danos sérios às economias dos países europeus.
Em aberto está também a hipótese de alargar o número de empresas russas impedidas de aceder aos mercados financeiros europeus. Isto obrigaria as empresas afectadas a procurar alternativas de financiamento noutros territórios ou a voltarem-se para o próprio Governo, colocando mais pressão no orçamento de Moscovo. Por ora, 23 empresas e instituições foram atingidas pelas medidas restritivas decretadas pela União Europeia, que incluem o congelamento de bens e a proibição dos seus membros viajarem no espaço da união. Entre estas estão várias empresas e um banco da Crimeia, organizações paramilitares, uma empresa russa de armamento e uma transportadora aérea subsidiária da Aeroflot, a companhia aérea estatal da Rússia.
Por fim, as sanções já em vigor incluem embargos à exportação de equipamento de alta tecnologia usados na exploração petrolífera, uma proibição que poderia ser alargada à indústria do gás. Este é, porém, um ponto crítico, já que a Rússia é um importante fornecedor de gás para a Europa, boa parte do qual atravessa a Ucrânia para chegar ao resto do continente. No caso da Alemanhã, as importações de gás russo significam 38% do consumo total, um valor que se aproxima dos 100% no caso de alguns países do Leste europeu.