Quatro reclusos mortos em motim numa prisão brasileira
Mais de 60% dos detidos na penitenciária de Cascavel aderiram à revolta.
A revolta começou domingo de manhã na Penitenciária Estadual de Cascavel, cidade a quase 500 quilómetros de Curitiba. Na prisão, com pouco mais de mil reclusos, estariam nessa altura apenas nove guardas, adiantou Jairo Pereira Filho, advogado do sindicato dos agentes prisionais ouvido pelo jornal Folha de São Paulo.
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A revolta começou domingo de manhã na Penitenciária Estadual de Cascavel, cidade a quase 500 quilómetros de Curitiba. Na prisão, com pouco mais de mil reclusos, estariam nessa altura apenas nove guardas, adiantou Jairo Pereira Filho, advogado do sindicato dos agentes prisionais ouvido pelo jornal Folha de São Paulo.
A edição online do diário O Globo adianta que alguns detidos terão serrado as grades da sua cela, apanhando desprevenidos os guardas no momento em que era distribuído o pequeno-almoço. Dois foram feitos reféns e levados para o telhado, onde durante a tarde de domingo foram exibidos às forças de segurança que cercaram o local.
As autoridades adiantam que pelo menos 600 dos reclusos aderiram à revolta, exigindo melhores condições de higiene e de alimentação e um andamento mais célere para os seus processos. Mas alguns dos que não se juntaram ao protesto foram atacados: Pereira Filho contou aos jornalistas que dois deles foram decapitados e vários foram atirados do telhado, dos quais dois terão acabado por morrer.
A imprensa adianta que a rebelião está a ser coordenada por elementos da facção paulista do PCC, organização criminosa que nasceu na década de 1990 nas prisões de São Paulo e integra hoje milhares de membros em vários estados brasileiros. Muitos dos seus líderes estão presos e enfrenta vários rivais no controlo do narcotráfico e da indústria de sequestros, mas mantém grande influência nas superlotadas cadeias brasileiras, controlando o tráfico de estupefacientes e definindo as regras de conduta dos presos.
Os motins são frequentes nas prisões brasileiras que acolhem mais de 500 mil pessoas, necessitando de mais 200 mil lugares para combater a superlotação, adianta cálculos de uma organização de apoio aos reclusos. Em 2013, uma série de rebeliões nas prisões do Maranhão terminou com a morte de 60 reclusos.