Jerónimo acredita que Rectificativo terá cortes para os trabalhadores, mas não para os banqueiros
PCP acredita que Governo vai atingir pensionistas e pequenos e médios empresários.
Jerónimo de Sousa falava após um almoço, num piquenique, numa mata perto de Vialonga, Lisboa, uma iniciativa organizada pela concelhia do PCP e em que participaram dezenas de apoiantes.
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Jerónimo de Sousa falava após um almoço, num piquenique, numa mata perto de Vialonga, Lisboa, uma iniciativa organizada pela concelhia do PCP e em que participaram dezenas de apoiantes.
"Não sabemos o que vão incluir no Rectificativo", no entanto, "sabemos que não vão buscar a banqueiros ou a capitalistas, mas sim a quem trabalha", salientou.
Aos jornalistas disse que "pode não ser como o anunciado por algumas ´lebres de corrida´, alguns comentadores de serviço que anunciaram o aumento do IVA, mas há uma convicção forte [no PCP] que vão tentar através do Orçamento Retificativo, para além dos cortes nos salários dos funcionários da função pública, contornar a questão da chamada CES, para atingir reformados e pensionistas".
Porém, "há uma coisa que sabemos: não vai ser para cortar nos dividendos, nos lucros, nas malfeitorias da banca do capital financeiro porque a esses acudiram imediatamente com 4.400 milhões de euros", segundo o secretário-geral do PCP.
Para os comunistas, é claro que o Governo vai "encontrar nos trabalhadores, nos pensionistas, ou nos pequenos e médios empresários a solução para tapar tantos buracos" ou para resolver resultados que ficaram aquém das metas.
O primeiro-ministro afirmou este domingo que o Orçamento Rectificativo não contempla matéria de natureza fiscal, referindo, no entanto, que serão precisos ajustamentos no orçamento e arrumar a despesa dentro do Estado.
Na próxima terça-feira o conselho de ministros reúne-se de forma extraordinária para fazer a avaliação do impacto da decisão do Tribunal Constitucional e tomar decisões.
Jerónimo de Sousa salientou que "pode não ser sob a forma de impostos, mas será com certeza com mais encargos para quem trabalha, mais sacrifício e mais austeridade" ou com a componente de cortes nas componentes da Saúde, Educação ou protecção social.
Questionado acerca do interesse do PCP num eventual acordo com António Costa, se for líder do PS, Jerónimo de Sousa disse que "o problema não está em acordos, mas sim em que é que se acorda" e "é muito difícil vislumbrar diferenças substanciais estratégicas".
E para os comunistas, a situação do país "pressupõe rupturas com esta política de desastre e, nem Costa, nem Seguro defendem qualquer ruptura" com medidas económicas, com a União Europeia.
No seu discurso, Jerónimo de Sousa voltou a focar a situação do país, após a saída dos "estrangeiros" da troika, mas com a manutenção das políticas de austeridade que considera não terem os efeitos pretendidos na dívida ou no défice e estarem a fazer aumentar a pobreza dos portugueses.