Greve no Algarve causa filas e dúvidas nos utentes do Hospital de Faro

Médicos, enfermeiros, auxiliares de saúde e outros profissionais fazem greve de 24 horas.

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Há utentes que foram ao hospital e não sabiam que havia greve Enric Vives-Rubio

Às 10h, uma longa fila acumulava-se no hall de entrada do edifício das consultas externas, com os utentes à espera para saberem junto de funcionários se as suas consultas, exames ou cirurgias iriam ser realizados.

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Às 10h, uma longa fila acumulava-se no hall de entrada do edifício das consultas externas, com os utentes à espera para saberem junto de funcionários se as suas consultas, exames ou cirurgias iriam ser realizados.

Uma dessas pessoas era Vânia Varela, uma jovem de Olhão que disse à Lusa ter uma “gravidez de risco” e ter estado “à espera hora e meia para dizerem que afinal não vão fazer o exame” que tinha marcado ao colo do útero.

“Estou este tempo todo à espera e depois dizem-me que o exame não se vai realizar porque o médico não está cá. Eu tenho uma gravidez de risco e isto não é nenhuma brincadeira”, afirmou Vânia Varela.

Visivelmente indignada, a jovem disse que não sabia que havia uma greve de 24 horas de todos os profissionais de saúde da região, médicos, enfermeiros, auxiliares e pessoal administrativo, um protesto convocado pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses do Algarve, pelo Sindicato dos Médicos do Sul e pelo Sindicato da Função Pública do Algarve.

Vânia Varela lamentou ainda o facto de esta ser “a terceira vez que o exame é adiado”, porque “desmarcam, porque os médicos não estão cá ou outro motivo qualquer”.

Igualmente à espera para saber se iria ter consulta da especialidade de ginecologia estava Sónia Cavaco, de 30 anos, que fez mais de 50 quilómetros para se deslocar da sua área de residência, em Vila Real de Santo António, para o Hospital de Faro.

“Ainda não sei se vou ter consulta, mas esta fila toda não é um bom sinal”, brincou Sónia Cavaco, que disse ter tomado conhecimento da greve mas ter decidido deslocar-se a Faro porque ouviu na comunicação social “um responsável do hospital a dizer que se previa que o maior impacto da greve se sentisse nas cirurgias”.

Apesar de ter feito uma deslocação de meia centena de quilómetros, Sónia Cavaco disse não estar tão preocupada porque tem também exames médicos marcados no sector privado em Faro e por isso, “a viagem não se perde”.

Teresa Horta, também de Vila Real de Santo António, queixou-se porque se deslocou ao hospital com a mãe, que tem mais de 80 anos, para fazer um exame que, afinal, não se iria realizar por falta de enfermeiros.

“Isto não se admite. Vim com a minha mãe, que tem 80 anos, e agora chegamos aqui e dizem-nos que não vamos ser atendidas. É triste. A Saúde é um bem muito importante e deviam, pelo menos avisar para não virmos a Faro em vão”, afirmou.

Questionada sobre se sabia que a greve decorria, Teresa Horta respondeu que “não sabia de nada” e que devia “ter havido mais informação às pessoas”.