“Subida abismal” dos seguros pode levar atletas a desistir
Condições negociadas entre a Federação Portuguesa de Rugby e a mediadora ditam um aumento de 50% no valor do prémio e de 30% na franquia
Se nada for feito para travar a aplicação dos novos valores dos seguros dos jogadores, muitos poderão nem sequer se inscrever. O aviso é feito por Pedro Aguilar, presidente do Braga Rugby e serve de mote a uma carta que, nesta sexta-feira, será enviada ao presidente da Federação Portuguesa de Rugby.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Se nada for feito para travar a aplicação dos novos valores dos seguros dos jogadores, muitos poderão nem sequer se inscrever. O aviso é feito por Pedro Aguilar, presidente do Braga Rugby e serve de mote a uma carta que, nesta sexta-feira, será enviada ao presidente da Federação Portuguesa de Rugby.
“Muitas vezes são os próprios atletas a pagar os próprios seguros porque os clubes não têm condições de o fazer, pelo que isto pode originar que muitos desistam de se inscrever. Se isto acontecer todos perdem: os clubes porque ficam com menos jogadores, a federação porque fica com menos actividade e até as seguradoras porque com menos jogadores inscritos, recebem menos prémios”, sublinha Pedro Aguilar ao P3 Râguebi, explicando que com a “subida abismal” implementada (50% no valor do prémio e de 30% na franquia) e com o pagamento dos exames médicos desportivos a verba a ser suportada pelos atletas chega aos 80 euros.
“Perante tal proposta de seguros, os clubes signatários manifestam a sua grande preocupação relativamente ao futuro da modalidade”, pode ler-se na missiva enviada a Carlos Amado da Silva, presidente da FPR, e que foi subscrita por 21 equipas, entre as quais seis das dez que integram a Divisão de Honra (Académica, CDUL, CDUP, CRAV, Técnico e RC Montemor).
E se o facto é que o valor dos seguros já foi acertado com a mediadora, Pedro Aguilar defende que este não é um ponto de não retorno. “Sabemos que os seguros já estão adjudicados, mas isso não impede a federação de voltar a negociar esses valores”, recorda.
Na carta dirigida à FPR, é ainda feita uma reivindicação no que toca à revisão dos escalões dos prémios de seguro: “Não é aceitável que um Sub-14 pague de prémio 18,5 euros e um Sub-16 pague 72,2 euros. Os prémios de seguro deveriam ser distintos para todos os escalões competitivos, dos Sub-8 até aos seniores.”