Aumento de horário de trabalho permitiu “ganho” de 1300 enfermeiros, calcula ministério
Este ano foram contratados 409 enfermeiros e "um número significativo" aguarda luz verde das Finanças para ser recrutado para o SNS.
É a resposta às sucessivas greves e queixas da ordem e do Sindicato dos Enfermeiros sobre a falta de recursos humanos e a “exaustão” de muitos profissionais. A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) adiantou que no primeiro semestre deste ano foram recrutados 409 enfermeiros para os hospitais públicos e centros de saúde e que aguarda autorização do Ministério das Finanças para contratar mais “um número significativo” de profissionais. Numa nota divulgada esta quinta-feira, a ACSS vai mais longe: recorda as vagas de recrutamentos que têm ocorrido desde 2012, e faz algumas contas para concluir que só o recente aumento do horário de trabalho (de 35 para as 40 horas semanais) destes profissionais corresponde a um “ganho de cerca de 1300 enfermeiros”. Tendo em conta esta alteração do período de trabalho ocorrida no último quadrimestre de 2013, e considerando que há cerca de 13 mil enfermeiros nos hospitais e centros de saúde, “a transição para o regime das 40 horas semanais traduz um ganho de cerca de 1 300 enfermeiros (calculado sob aproximadamente 80% daquele universo)", estima este organismo do MInistério da Saúde. São números que se devem somar aos dos recrutamentos feitos no passado recente. A ACSS lembra, a propósito, ainda que “em Agosto de 2012 foram abertas 750 vagas para enfermeiros”, cujos procedimentos de recrutamento ainda não estão concluídos, porém, e que em 2013 as instituições do SNS recrutaram 579 novos profissionais, um número que suplantou as aposentações nesse ano (432). Já no primeiro semestre este ano foram contratados 409 enfermeiros, mais do que as aposentações contabilizadas no mesmo período (368), acrescenta. Os dirigentes do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que têm vindo a promover greves sectoriais em vários hospitais e agrupamentos de centros de saúde nos últimos meses, defendem que faltam milhares de enfermeiros nas unidades do Serviço Nacional de Saúde. Nos últimos dias, a Ordem dos Enfermeiros (OE) juntou-se aos protestos, chamando também a atenção para o estado de exaustão em que se encontram muitos destes profissionais, devido aos longos turnos (por falta de enfermeiros nas instituições do SNS e o elevado número de doentes por enfermeiro). Na quarta-feira, o bastonário da OE visitou o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde considerou que o serviço está em ruptura iminente por falta de enfermeiros – 140 novos profissionais serão aí necessários para colmatar as falhas, estimou então. Entretanto, uma greve de quatro dias começou na terça-feira no Hospital de Santarém. O sindicato exige a a rápida admissão de mais enfermeiros naquela unidade de saúde, onde faltarão 170 profissionais, pelas suas contas.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
É a resposta às sucessivas greves e queixas da ordem e do Sindicato dos Enfermeiros sobre a falta de recursos humanos e a “exaustão” de muitos profissionais. A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) adiantou que no primeiro semestre deste ano foram recrutados 409 enfermeiros para os hospitais públicos e centros de saúde e que aguarda autorização do Ministério das Finanças para contratar mais “um número significativo” de profissionais. Numa nota divulgada esta quinta-feira, a ACSS vai mais longe: recorda as vagas de recrutamentos que têm ocorrido desde 2012, e faz algumas contas para concluir que só o recente aumento do horário de trabalho (de 35 para as 40 horas semanais) destes profissionais corresponde a um “ganho de cerca de 1300 enfermeiros”. Tendo em conta esta alteração do período de trabalho ocorrida no último quadrimestre de 2013, e considerando que há cerca de 13 mil enfermeiros nos hospitais e centros de saúde, “a transição para o regime das 40 horas semanais traduz um ganho de cerca de 1 300 enfermeiros (calculado sob aproximadamente 80% daquele universo)", estima este organismo do MInistério da Saúde. São números que se devem somar aos dos recrutamentos feitos no passado recente. A ACSS lembra, a propósito, ainda que “em Agosto de 2012 foram abertas 750 vagas para enfermeiros”, cujos procedimentos de recrutamento ainda não estão concluídos, porém, e que em 2013 as instituições do SNS recrutaram 579 novos profissionais, um número que suplantou as aposentações nesse ano (432). Já no primeiro semestre este ano foram contratados 409 enfermeiros, mais do que as aposentações contabilizadas no mesmo período (368), acrescenta. Os dirigentes do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que têm vindo a promover greves sectoriais em vários hospitais e agrupamentos de centros de saúde nos últimos meses, defendem que faltam milhares de enfermeiros nas unidades do Serviço Nacional de Saúde. Nos últimos dias, a Ordem dos Enfermeiros (OE) juntou-se aos protestos, chamando também a atenção para o estado de exaustão em que se encontram muitos destes profissionais, devido aos longos turnos (por falta de enfermeiros nas instituições do SNS e o elevado número de doentes por enfermeiro). Na quarta-feira, o bastonário da OE visitou o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde considerou que o serviço está em ruptura iminente por falta de enfermeiros – 140 novos profissionais serão aí necessários para colmatar as falhas, estimou então. Entretanto, uma greve de quatro dias começou na terça-feira no Hospital de Santarém. O sindicato exige a a rápida admissão de mais enfermeiros naquela unidade de saúde, onde faltarão 170 profissionais, pelas suas contas.