FC Porto procura regressar a um palco conhecido pela porta menos habitual

“Dragões” podem tornar-se numa das equipas com mais presenças na Liga dos Campeões, mas o Lille promete não facilitar.

Foto
Presença na fase de grupos da Liga dos Campeões pode garantir quase dez milhões de euros para o FC Porto Kai Pfaffenbach/Reuters

Estávamos em 2001 quando o FC Porto disputou pela última vez uma qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Depois de ter eliminado os galeses do Barry Town (8-0 nas Antas e derrota por 3-1 em Gales), a equipa treinada na altura por Octávio Machado defrontou o Grasshopper.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Estávamos em 2001 quando o FC Porto disputou pela última vez uma qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Depois de ter eliminado os galeses do Barry Town (8-0 nas Antas e derrota por 3-1 em Gales), a equipa treinada na altura por Octávio Machado defrontou o Grasshopper.

A primeira mão ficou marcada pela estreia de um jovem avançado pelos “azuis e brancos” que precisou apenas de quatro minutos em campo para marcar o golo que impediu uma derrota. A equipa suíça tinha dado a volta ao marcador e vencia por 2-1 quando aos 59’, Hélder Postiga fez o golo do empate. Uma vitória por 3-2, em Zurique, garantiu o apuramento para o FC Porto.

É por um desfecho semelhante que aguarda a equipa treinada esta época pelo espanhol Julen Lopetegui. O favoritismo está do lado dos “dragões”, que contam com uma experiência em competições europeias muito superior ao conjunto francês. A equipa portuguesa soma 197 jogos na Liga dos Campeões, enquanto o Lille apenas 40.

O técnico “portista” foi cauteloso na antevisão do encontro em solo francês e afastou o rótulo de favorito. Lopetegui preferiu sublinhar o maior andamento competitivo do Lille, dizendo que o técnico René Girard tem feito “um bom trabalho”. Na fase anterior, os adversários do FC Porto eliminaram o Grasshopper (vitória fora por 2-0 e empate 1-1 em casa). Para o campeonato, o Lille estreou-se com um nulo na recepção ao Metz e venceu em casa do Caen, no último fim-de-semana.

O percurso oficial do FC Porto salda-se apenas pela vitória no fim-de-semana passado frente ao Marítimo por 2-0, mas a expectativa é enorme, especialmente depois das boas indicações deixadas por vários dos reforços. Após uma época negativa, os “dragões” decidiram reformular o plantel, a começar pela equipa técnica, sem olhar a despesas.

O objectivo primordial é a conquista do campeonato, mas a qualificação para a Liga dos Campeões é um hábito que o FC Porto não quererá abandonar. Caso garanta o apuramento, os “dragões” juntam-se ao lote das equipas com mais presenças, passando a somar 19 desde que existe o formato de Liga dos Campeões, à semelhança do Manchester United, do Real Madrid e do FC Barcelona.

Se a entrada nesse restrito clube não for incentivo suficiente, a compensação monetária servirá para esse efeito. É já um lugar-comum descrever-se a Liga dos Campeões como uma prova milionária, mas os números reforçam a evidência. A entrada na fase de grupos garante aos cofres dos “dragões” um encaixe de 7,2 milhões de euros, aos quais se poderá somar os 2,1 milhões referentes à vitória no play-off.

Mas para que o famoso hino se continue a ouvir no Estádio do Dragão há uma equipa que promete não conceder facilidades. No eixo mais recuado destacam-se jogadores como o lateral Corchia e o central norueguês Kjaer, para além do guarda-redes Enyeama, que brilhou pela Nigéria durante o Mundial. No capítulo ofensivo há a qualidade do costa-marfinense Kalou, que já passou pelo Chelsea, do belga Origi, contratado pelo Liverpool e cedido ao Lille, e ainda o jovem português Rony Lopes, emprestado pelo Manchester City.

Por tudo isto, Lopetegui insistiu em concentrar-se no jogo da primeira mão em si e abstrair-se de tudo o resto: recordes, contratações ou prémios milionários. “Não pensamos no que está fora do nosso controlo”, afirmou o técnico, que procura estrear-se na Liga dos Campeões.