Morreu o produtor Rick Parashar, um dos artífices do som de Seattle

Rick Parashar produziu (e tocou em) alguns dos EP, singles e álbuns mais rodados dos anos 1990 como Ten, Sap ou Blind Melon.

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Rick Parashar tinha 50 anos DR

Uma embolia pulmonar originada num coágulo numa perna terá sido a causa da morte de Rick Parashar, na quinta-feira, em sua casa na região de Seattle. A notícia é avançada pela revista Northwest Music Scene e já está a ser lamentada no Facebook e no Twitter por fãs e músicos que com ele trabalharam. O site pessoal de Parashar também já confirmou o falecimento do músico.

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Uma embolia pulmonar originada num coágulo numa perna terá sido a causa da morte de Rick Parashar, na quinta-feira, em sua casa na região de Seattle. A notícia é avançada pela revista Northwest Music Scene e já está a ser lamentada no Facebook e no Twitter por fãs e músicos que com ele trabalharam. O site pessoal de Parashar também já confirmou o falecimento do músico.

Em 1985, os irmãos Rick e Raj Parashar fundaram os London Bridge Studios onde, ao longo dos anos, gravariam diferentes bandas e artistas a solo de Seattle, mas não só. Dos extintos Blind Melon aos rentáveis Bon Jovi, passando pelo gore Rob Zombie ou pelo tributo dos Temple of the Dog, Rick Parashar produziu, misturou e/ou tocou em dezenas de títulos, a que não escaparam bandas sonoras também 90s como a de Singles (Vida de Solteiro), de Cameron Crowe, ou Clerks, de Kevin Smith. A imprensa local e musical descreve o estúdio como um dos centros da cena musical da cidade à época.

Entre as muitas bandas de Seattle que, na década de 1990, acabaram por criar o chamado grunge ou “som de Seattle” – sendo que a cidade do estado de Washington, a norte da Califórnia, tem muitos outros sons, com o de Jimi Hendrix logo à cabeça – estão aquelas que trabalharam desde o início com Parashar. Em 1991, os Dinosaur Jr. gravavam com ele o EP Whatever's Cool with Me e os Alice in Chains foram por ele produzidos no EP Sap (1992), mas também em várias compilações dos seus melhores trabalhos. Mas a ligação de Parashar ao fenómeno musical que iria dominar o princípio da década começa logo em 1990 com o álbum homónimo dos Temple of the Dog, formados como um tributo na sequência da morte de Andrew Wood, o carismático vocalista dos Mother Love Bone.

Seria aí que se ligavam pela primeira vez os ex-membros dos Mother Love Bone Stone Gossard e Jeff Ament ao vocalista Eddie Vedder, juntando-se-lhes o guitarrista Mike McCready (além de Chris Cornell e Matt Cameron dos Soundgarden), com quem iriam formar os Pearl Jam. A banda tornou-se campeã de vendas logo com o seu primeiro álbum, Ten - contemporâneo da referência ainda mais bem sucedida comercialmente (mais de 30 milhões de discos vendidos), Nevermind dos Nirvana, produzido por Butch Vig e gravado nos Sound City Studios, em Van Nuys. Mais tarde, Matt Cameron viria também a juntar-se aos Pearl Jam.

Com mais de dez milhões de discos vendidos, Ten foi produzido por Rick Parashar, que também participou como instrumentista no álbum, ao piano, órgão ou percussão em temas como Black ou Jeremy – cuja edição em single produziu, bem como Alive. Depois viria o álbum homónimo dos Temple of the Dog, e os de muitos outros músicos como o recentemente desaparecido Charlie Haden, Melissa Etheridge, Nickelback, 3 Doors Down ou Bon Jovi. Parashar trabalhou mais recentemente com Brandi Carlile, entre outros.