Governo nomeia António Feijó, vice-reitor da Universidade de Lisboa, para a RTP

Feijó é especialista em literatura e foi uma das vozes contra o novo acordo ortográfico. Será o substituto do crítico João Lopes, que a ERC considerou incompatível por manter colaborações com vários órgãos de comunicação social.

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Pedro Cunha

O currículo de António Feijó será agora analisado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social para aferir se existe alguma incompatibilidade para que exerça o cargo. Em princípio essa análise só será feita na reunião do regulador da próxima semana.

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O currículo de António Feijó será agora analisado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social para aferir se existe alguma incompatibilidade para que exerça o cargo. Em princípio essa análise só será feita na reunião do regulador da próxima semana.

O PÚBLICO tentou obter esclarecimentos junto do gabinete do ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional mas sem sucesso.

Doutor em literatura inglesa e americana pela Brown University, António Feijó é professor catedrático do Departamento de Estudos Anglísticos e do Programa em Teoria da Literatura da Faculdade de Letras, segundo a nota bibliográfica disponível no site da Universidade de Lisboa.

Entre 2008 e 2013 foi director e presidente do Conselho Científico da mesma faculdade. A teoria da literatura, assim como as literaturas do renascimento inglês, a moderna norte-americana e a modernista europeia e norte-americana têm sido as suas áreas preferidas de trabalho em ensaios próprios e na orientação de teses e dissertações. Também é tradutor de autores ingleses e norte-americanos.

António Feijó foi uma das personalidades dirigentes do mundo académico que se afirmou, em termos pessoais, contra a adopção de um novo acordo ortográfico por considerar que a ortografia não deve ser alvo de legislação. Porém, a nível profissional, preferiu manter uma posição mais liberal, que o próprio designou de “agnóstico”, por, justificou, a Faculdade de Letras ser o espaço por excelência para o debate sobre o assunto.

Em 2012, a Faculdade de Letras continuava a funcionar com a antiga ortografia, quando o Governo já havia definido que as instituições públicas de ensino passassem a usar o novo acordo ortográfico em 2010. António Feijó argumentava que a direcção de uma faculdade onde há linguistas, parte deles associados à implementação do acordo, não deveria tomar posição sobre o assunto – e adoptá-lo seria tomar posição.

Há quase ano e meio, Miguel Poiares Maduro foi um dos organizadores dos Encontros de Mateus, da Fundação Casa de Mateus, onde António Maciel Feijó foi um dos oradores.

Na passada semana, o conselho regulador deu parecer desfavorável à indigitação do crítico de cinema João Lopes para o conselho geral independente considerando-o incompatível para o exercício das funções por manter colaborações com diversos órgãos de comunicação social.