Israelitas e palestinianos chegam a acordo para novo cessar-fogo em Gaza
Delegações terão agora três dias para negociar uma solução duradoura no Cairo.
O acordo segue-se a três dias de acções armadas de lado a lado – lançamento de rockets de combatentes de Gaza e bombardeamentos da aviação israelita – após a recusa do Hamas em prolongar a trégua anterior que terminou a fase de operação terrestre do exército do Estado hebraico na Faixa de Gaza. No total morreram mais de 1900 palestinianos e 66 israelitas (entre eles dois civis) nesta guerra.
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O acordo segue-se a três dias de acções armadas de lado a lado – lançamento de rockets de combatentes de Gaza e bombardeamentos da aviação israelita – após a recusa do Hamas em prolongar a trégua anterior que terminou a fase de operação terrestre do exército do Estado hebraico na Faixa de Gaza. No total morreram mais de 1900 palestinianos e 66 israelitas (entre eles dois civis) nesta guerra.
O anúncio quebrou uma tarde de desmentidos, ameaças de abandono das negociações, e vários recuos. Trata-se de um acordo para uma suspensão das hostilidades durante três dias que deverão servir para discutir um acordo final. Segundo o diário Ha’aretz, a delegação israelita irá deslocar-se ao Cairo se o cessar-fogo for cumprido. Israel disse sempre que não negociaria sob fogo.
Analistas vinham a antecipar o falhanço destas negociações e previam o início de uma nova fase no conflito, de uma guerra de desgaste com o Hamas a disparar o seu restante stock de rockets e Israel a levar a cabo ataques aéreos.
O movimento palestiniano quer mostrar algum sucesso depois de uma guerra completamente devastadora para o território, e pede o fim do bloqueio que Israel e o Egipto impõem ao território temendo a entrada de material militar. Israel quer, pelo seu lado, a desmilitarização da Faixa de Gaza.
Com ambos os lados fixos nas suas posições, e com rockets e bombas a continuarem, havia quem temesse um impasse. Apesar de ser considerada de baixa intensidade, esta parte da guerra tem provocado vítimas – uma média de cinco palestinianos, incluindo crianças, têm morrido nos ataques do exército israelita.
Pouco antes de ser anunciado o cessar-fogo, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, dizia que a operação militar continuaria “até ser restaurada a calma por um período prolongado”. Na reunião semanal do executivo, que em Israel é feita ao domingo, o primeiro dia da semana, avisou: “Eu disse no início e durante esta operação – vai levar tempo.”
O Hamas fez também uma declaração para voltar a insistir no levamento do bloqueio.
Pouco depois do anúncio do cessar-fogo – que só começa à meia-noite – havia notícias de uma intensificação dos raides da aviação israelita.
A continuação dos ataques significa ainda que no território a crise humanitária se agudiza. Há escombros por todo lado, pouca energia eléctrica, cerca de meio milhão de pessoas viram as suas casas destruídas e não há abrigos suficientes para todas. E não só: “Três das nossas oito ambulâncias e quatro carros de bombeiros foram destruídos”, queixava-se Saeed Al-Saoudi, chefe da protecção civil de Gaza, citado pelo Guardian. “Não temos escadas, não temos equipamento de busca, e do meu departamento morreram 36 pessoas.”