Desavenças continuam a dividir os Bombeiros Voluntários Flavienses

Presidente da direcção diz que foi mal tratada e que lhe faltaram ao respeito, em resposta aos bombeiros que se demitiram na semana passada.

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Dato Daraselia/Arquivo

“Acusam-me de tudo sem provas de nada. Acusam-me de perseguição mas a perseguida fui eu, que fui desrespeitada e mal tratada por uma bombeira voluntária desde Fevereiro, de quem participei e o comando até hoje nada fez”, afirmou  a presidente da direcção.

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“Acusam-me de tudo sem provas de nada. Acusam-me de perseguição mas a perseguida fui eu, que fui desrespeitada e mal tratada por uma bombeira voluntária desde Fevereiro, de quem participei e o comando até hoje nada fez”, afirmou  a presidente da direcção.

De acordo com o chefe António Duarte, com 28 anos de casa, os conflitos começaram quando a presidente descobriu que uma bombeira tinha um relacionamento com um bombeiro casado com uma amiga da presidente. A partir daí, acrescenta, Helena Barreira fez constantes ameaças de despedimento a esta bombeira.

"Se os meus colegas estivessem sozinhos a presidente falava, se estivessem comigo ela já não falava, virava costas”, queixa-se a bombeira em causa. “Foi esta situação que levou a esta ruptura toda. A presidente queria-a pôr na rua a toda a força e o comandante Almor Salvador, que há três meses está em ruptura com a direcção, não deixou porque não havia motivos para o fazer. Foi aí que as coisas pioraram”, adianta António Duarte.

Helena Barreira diz que no dia 17 de Junho informou o comandante de que tinha tomado conhecimento de algumas “situações desagradáveis e até graves”, mas não entra em pormenores, nem responde às perguntas dos jornalistas. “Disse ao comandante Almor que o comando teria de mudar de atitude porque eu como presidente da associação não iria permitir nem tolerar situações do género”, garantiu a presidente da direcção dos voluntários flavienses.

Dias depois, a  22 de Julho, o comando reuniu-se com os bombeiros e informou-os de que iria entregar o seu pedido de demissão, alegando a degradação das relações institucionais com a presidente.

Muitos dos elementos da corporação queixam-se de constantes faltas de respeito e de educação por parte da presidente e de terem sido repetidamente ignorados quando tentaram falar com ela. Além disso acusam-na de querer assumir funções que não são da sua competência e de não olhar a meios para atingir os seus objectivos.

Depois de mais de meio ano em desavenças com a presidente da direcção, a maioria dos bombeiros demitiu-se no dia 31 de Julho. Dos  52 membros do corpo activo da corporação, 34 - muitos deles com mais de 20 anos de serviço - apresentaram a sua demissão e passaram para o quadro de reserva.

Esta demissão colectiva aconteceu depois de os bombeiros terem feito um ultimato a Helena Barreira, afirmando que  no caso de ela não abandonar o cargo, seriam eles a sair.

A principal protagonista deste conflito, a bombeira que alegadamente se terá relacionado com um bombeiro casado, garante que saiu porque quis. “A presidente da direcção não conseguiu mandar-me embora. Fui eu que sai porque não trabalho com pessoas como ela”.