"Se tudo correr bem, podemos pensar em continuar"

João Luís Pinto admite que ficou surpreendido com o convite para assumir o cargo de treinador principal da selecção nacional de XV

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Miguel Nogueira

Na primeira entrevista após ser nomeado treinador principal da selecção nacional de XV, João Luís Pinto reconhece que caberá a Tomaz Morais aprovar ou não o modelo de jogo que delinear, mas não considera que isso o deixe fragilizado.

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Na primeira entrevista após ser nomeado treinador principal da selecção nacional de XV, João Luís Pinto reconhece que caberá a Tomaz Morais aprovar ou não o modelo de jogo que delinear, mas não considera que isso o deixe fragilizado.

O ex-treinador da Agrária de Coimbra, de 42 anos, que já fazia parte da estrutura da Federação Portuguesa de Rugby (FPR), onde liderou as selecções de sub-18 e sub-19, diz ainda ser possível iniciar uma renovação na selecção já a pensar no Mundial 2019.

Após seis anos nos escalões de formação da FPR, foi nomeado treinador principal da selecção de XV. Foi uma surpresa?

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Sim, não estava equacionado. Estava a desempenhar as minhas funções e fiquei surpreendido quando me convidaram…

Foi uma escolha pessoal do Tomaz Morais. O que lhe pediu o Director Técnico Nacional (DTN)?

Pediu-me um bom trabalho. Temos um ano para provar que podemos dar continuidade ao que foi feito nos últimos seis. Juntámos uma equipa multidisciplinar e alargada para alcançar bons resultados.

Há cerca de um mês, o presidente da FPR afirmou que o Tomaz Morais iria regressar ao relvado e o DTN confirmou que voltará ao terreno. Estas declarações não o fragilizam?

De maneira nenhuma. Como é que podemos ficar fragilizados quando trabalhamos com alguém que foi nomeado para melhor treinador do mundo? Pelo contrário, até ajuda a nossa função e o nosso trabalho. É fantástico. O Tomaz vai trabalhar comigo como fez nos últimos quatro anos, onde tudo sempre foi discutido e planeado. Nos dias em que for necessário e ele achar por bem estar no campo para aplicar alguma técnica ou táctica estará. Os conselhos dele são sempre válidos e tidos em conta.

As convocatórias e o sistema de jogo serão responsabilidade do treinador ou do DTN?

Isso são questões internas. O DTN tem o papel de aprovar ou não o modelo de jogo que a equipa técnica delinear e mediante essa aprovação será colocado em prática. Não há quem manda ou não manda. É um trabalho de equipa.

O contrato do Tomaz Morais termina dentro de um ano. Sensivelmente na mesma altura acaba o mandato da direcção da FPR. Isto faz de si um treinador a prazo? É um problema?

Não, de maneira nenhuma. É um desafio que decidi aceitar com essas condicionantes. Não vejo qualquer problema. A nova direcção que vier tem que ter a liberdade de poder escolher quem quer a treinar.

Era uma oportunidade irrecusável para si…

Trabalhar ao mais alto nível é sempre bom, mesmo que seja por um período curto. Se tudo correr bem, podemos pensar em continuar.

Após o Mundial 2007, aumentou o número de clubes, de jogadores e as condições de trabalho melhoraram, mas os resultados de Portugal pioraram. A que se deve este retrocesso?

Os outros países evoluíram. Olhamos só para dentro e esquecemo-nos do que se passa lá fora, onde a Roménia fechou os seus jogadores no país profissionalizando-os, a Geórgia profissionalizou-os em França e não é por acaso que é chamada de França 2. Nós, devido ao país que temos, não os podemos profissionalizar e tentamos um semiprofissionalismo que não foi conseguido.

Foi uma aposta falhada?

Não foi falhada. Precisávamos de mais para alcançar esse patamar. Os clubes também não conseguiram dar o salto após o Mundial. Não havia estruturas e treinadores para dar atenção a todos os jogadores que surgiram. Aumentamos a qualidade, mas os outros países aumentaram três vezes mais.

Há matéria-prima para iniciar uma renovação na selecção já a pensar no Mundial 2019?

Sim, há. Era esse o nosso objectivo: deixar já preparado o caminho para 2019. Hoje em dia vê-se jogadores a chegarem à selecção melhor preparados fisicamente e tecnicamente. Isso fará com que eles se conseguiam integrar melhor no nível sénior e produzir mais.

Lê o resto da entrevista aqui e aqui