Haverá sangue no novo The Hateful Eight de Tarantino

Primeiro poster do western que esteve para não ser filmado anuncia filme para 2015. Realizador adianta ainda que os dois Kill Bill podem chegar às salas num só filme e com mais anime.

Fotogaleria

“O oitavo filme de Quentin Tarantino”, lê-se no poster de fundo branco e moldura vermelha em que carruagem puxada por três duplas de cavalos deixa atrás de si um rasto de sangue. E, no cantinho, a pista mais importante: a data, 2015, esperando-se que a produção comece este Inverno, com o actor Kurt Russell (que esteve envolvido numa leitura ao vivo do guião que terá contribuído para o ressuscitar do projecto) a dizer que o filme deve começar a rodar no início do próximo ano.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“O oitavo filme de Quentin Tarantino”, lê-se no poster de fundo branco e moldura vermelha em que carruagem puxada por três duplas de cavalos deixa atrás de si um rasto de sangue. E, no cantinho, a pista mais importante: a data, 2015, esperando-se que a produção comece este Inverno, com o actor Kurt Russell (que esteve envolvido numa leitura ao vivo do guião que terá contribuído para o ressuscitar do projecto) a dizer que o filme deve começar a rodar no início do próximo ano.

Ao que o poster indica, o filme será em CinemaScope e, de acordo com intenções prévias do realizador, será filmado em 70mm - detalhes que Tarantino tem deixado escapar depois de ter apenas dito este fim-de-semana na maior convenção de cultura pop, a ComicCon de San Diego: “sim – vamos fazer The Hateful Eight”. O projecto, que se segue a Django Libertado e a mais nomeações e um Óscar pelo argumento em 2013, está assombrado pela fuga de informação que no início do ano chegou a levar o realizador a cancelar a ideia de transformar o guião tornado público contra a sua vontade no seu oitavo filme.

The partial view '~/Views/Layouts/Amp2020/NOTICIA_IMAGEM.cshtml' was not found. The following locations were searched: ~/Views/Layouts/Amp2020/NOTICIA_IMAGEM.cshtml
NOTICIA_IMAGEM

Em Janeiro, soube-se da intenção de Tarantino de tornar o seu guião para The Hateful Eight num filme, mas no final do mesmo mês o argumento começou a circular em Hollywood. “Estou muito, muito deprimido. Acabei um guião, uma primeira versão, e só queria filmá-lo no próximo Inverno, daqui a um ano”, explicou Tarantino ao site Deadline. Outro site, o Gawker, publicava depois um link para uma versão desse mesmo argumento, algo que originou um processo legal de Quentin Tarantino contra aquele canal na Internet – para depois retirar o mesmo processo, em Maio.

No Festival de Cannes deste ano, Tarantino mostrava-se mais pacificado com o sucedido e abria novamente a porta ao projecto de um western, mas reservando a possibilidade de o editar apenas como um livro. Agora tudo parece estar em movimento, com os seus parceiros, os irmãos Weinstein, a confirmar também 2015 como o ano de estreia de The Hateful Eight num tweet e com a Hollywood Reporter a lembrar que apesar de pouco se saber ainda sobre o elenco, os actores Kurt Russell, Walton Goggins e Samuel L. Jackson estarão envolvidos no projecto.

Estes três, juntamente com Tim Roth, Amber Tamblyn, Michael Madsen, Bruce Dern, James Parks, Denis Menochet, Dana Gourrier, Zoe Bell e James Remar, participaram na leitura pública do guião em Los Angeles a 19 de Abril – sendo que Roth, Madsen e Dern foram os primeiros actores a receber uma cópia do guião já no início do ano, tendo Tarantino suspeitado dos agentes de Dern ou de Madsen como responsáveis pela fuga de informação do seu guião em Hollywood.

Dessa leitura pública de um segundo esboço do argumento – que já irá agora na sua terceira versão -, sabe-se que a acção do filme decorre durante um nevão seis ou sete anos após o fim da Guerra Civil norte-americana (1861-65), que se passará entre apenas dois espaços (uma diligência e uma retrosaria ou um saloon, conforme as versões do IndieWire e do Guardian ou da Hollywood Reporter) e que é um filme de elenco e não de protagonistas que mistura negros, caçadores de recompensas, um simpatizante da Confederação sulista e uma mulher prisioneira numa “intriga profana, sangrenta e de humor negro que desemboca num final anticlimático e perturbador”, citando o IndieWire.   

Entretanto, Kill Bill: The Whole Bloody Affair está também à espreita. O estúdio “Weinstein Company e eu estávamos a falar em lançar isso em alguma altura, não antes do fim do ano, mas no próximo ano e com compromissos para [distribuição em] algumas salas” de cinema, disse Tarantino também na ComicCon.  É um projecto de que o realizador Americano falou em 2011 e que voltou a surgir quando foi questionado sobre o tema há dias – um director’s cut de Kill Bill, mas desta feita num só tomo e com mais meia-hora de anime, animação japonesa usada no primeiro volume (2003) do filme de vingança loira a propósito da backstory de O'Ren-Ishii (Lucy Liu).

De acordo com Tarantino, estava previsto que essa sequência fosse de 30 minutos na primeira versão do filme (que, na época, seria um só projecto e não dividido em duas partes) mas tal acabou por cair por terra. Quando voltou a falar em unir os dois volumes de Kill Bill, os estúdios de animação japoneses IG (responsáveis por títulos como Ghost in The Shell ou Blood, o último vampiro) “ainda tinham o guião e sem lhes ser encomendado fizeram-no” e é “mesmo fantástico”.