Cheira a título em Sydney

Os Waratahs derrotaram os Brumbies na meia-final do Super Rugby e vão disputar o jogo decisivo em casa, frente aos Crusaders

Foto
DR

Que tinham um grupo de jogadores talentosos já se sabia, mas os Waratahs provaram neste sábado que são também uma grande equipa. Sem a exuberância de outros jogos – Israel Folau esteve discreto -, a formação de Sydney mostrou que sabe sofrer e com uma defesa de betão resistiu à excelente réplica dos Brumbies, vencendo o duelo australiano (26-8) e garantindo pela primeira vez na sua história uma final em casa.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Que tinham um grupo de jogadores talentosos já se sabia, mas os Waratahs provaram neste sábado que são também uma grande equipa. Sem a exuberância de outros jogos – Israel Folau esteve discreto -, a formação de Sydney mostrou que sabe sofrer e com uma defesa de betão resistiu à excelente réplica dos Brumbies, vencendo o duelo australiano (26-8) e garantindo pela primeira vez na sua história uma final em casa.

Ao longo da época os holofotes em Sydney estiveram quase sempre apontados para as grandes figuras das linhas-atrasadas dos Waratahs (Folau, Ashley-Cooper, Beale, Foley), mas no momento crucial da época, quando a formação treinada por Michael Cheika foi encostada às cordas, emergiu um enorme capitão de apenas 22 anos: Michael Hooper.

Frente à equipa de representou até 2012, o terceira-linha fez uma exibição fabulosa, terminando o jogo com 10 placagens, nove investidas e duas recuperações de bola. A prestação de Hooper reflecte na perfeição a partida dos Waratahs que, quando foi necessário, trocaram o espectáculo pelo espírito de sacrifício.

Foto

Moralizados por uma temporada excelente, os Waratahs não podiam ter entrado melhor: aos 3’, Alofa Alofa interceptou um passe ainda no seu meio campo, correu cerca de 50 metros e só parou na linha de ensaio. Os Brumbies, porém, não se deixaram afectar.

Foto

A equipa de Camberra jogou em Sydney quase sempre com mais coração do que cabeça, mas aos 31’, após uma jogada dos seus avançados, foi paciente, abrindo depois a bola até à ponta onde surgiu Henry Speight a fazer o toque de meta. Apesar do equilíbrio, duas penalidades de Foley contra apenas uma de Lealiifano colocavam a equipa da casa na frente do marcador, por 11-8.

A segunda parte começou com uma asneira de Jesse Mogg que, aos 47’, permitiu que Kurtley Beale lhe roubasse a bola das mãos e disparasse para a linha de ensaio: 16-8. Com oito pontos de desvantagem, os Brumbies acamparam no meio campo dos Waratahs, mas insistiram em jogar para os alinhamentos na procura do ensaio em vez de capitalizar as penalidades conquistadas em pontos e essa opção revelou-se fatal para os vice-campeões de 2013.

Perante uma defesa impenetrável dos “Tahs”, os Brumbies foram perdendo a paciência e a equipa da casa, a quatro minutos do fim, acabou com as poucas duvidas que ainda restavam: em desespero, Joe Tomane tentou um “offload” para evitar que a bola saísse e o pilar Benn Robinson recuperou a bola iniciando um contra-ataque perfeito que terminou com o ensaio de Foley.

Embora exagerado, o marcador final de 26-8 é um justo prémio para a exibição de Hooper e companhia, que vão agora receber os Crusaders no Allianz Stadium, no próximo sábado, na final do Super Rugby 2014. Os Brumbies mostraram valentia, mas a ausência dos grandes líderes da equipa dentro de campo (Stephen Moore e David Pocock) notou-se em demasia nos momentos decisivos.