Apoio extra “recupera” mais de um terço dos alunos a Português, mas poucos a Matemática
Resultados da 2.ª fase dos exames no 4.º e 6.º anos mostram que a maioria das crianças continua a ter negativa. Na Matemática, são mais de 14 mil os que têm 2 ou menos valores.
Estas provas são realizadas essencialmente por alunos que após reunião do conselho de turma ficam retidos e aos quais é dada a possibilidade de frequentar um período de apoio extraordinário, oferecido pelas escolas, que se prolonga pelas férias adentro — uma espécie de segunda oportunidade de melhoria de nota e de aprovação.
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Estas provas são realizadas essencialmente por alunos que após reunião do conselho de turma ficam retidos e aos quais é dada a possibilidade de frequentar um período de apoio extraordinário, oferecido pelas escolas, que se prolonga pelas férias adentro — uma espécie de segunda oportunidade de melhoria de nota e de aprovação.
Segundo o comunicado do Ministério da Educação e Ciência (MEC), no 1.º ciclo, os resultados indicam que em Português 38% dos alunos conseguiram passar de uma classificação negativa para uma classificação positiva, ficando assim aprovados à disciplina. Esse foi também o caso para 13% dos alunos que realizaram a prova de Matemática.
Estes são dados muito diferentes dos observados no ano passado. Há um aumento da percentagem de alunos com classificações superiores ao nível 2 (numa escala de 1 a 5) na prova de Português, de 7% para 38%. Quanto à prova de Matemática observa-se uma diminuição de 22% para 13% — ou seja, menos crianças conseguiram recuperar resultados nesta disciplina.
Mas a principal novidade deste ano é que os alunos do 2.º ciclo do ensino básico foram igualmente abrangidos por esta possibilidade de ter apoio extraordinário antes do exame. Os resultados são estes: 35% das crianças conseguiram recuperar em Português e 5% em Matemática.
“O impacto dessas notas na passagem de ciclo só será conhecido após a sua análise pela escola à luz das demais classificações dos alunos”, lembra o comunicado do ministério. Que recorda ainda: “Os alunos que realizaram esta 2.ª fase dos exames nacionais são aqueles que demonstraram maiores dificuldades ao longo do ano lectivo. Não é surpreendente que as médias das classificações das provas finais sejam relativamente baixas.”
Assim, no 1.º ciclo, 87% continuam a estar no nível 1 ou 2 no exame de Matemática (mais de 3000 chumbam na prova) e no 2.º ciclo a percentagem é de 95%, o que corresponde a 11 mil crianças. A Português a taxa de negativas é, no 1.º ciclo, de 62% (1500 crianças) e de 65% no 2.º ciclo (mais de 5500 crianças).
Em Maio, 220 mil alunos do 4.º e do 6.º ano fizeram provas nacionais. No caso das crianças mais novas, a classificação média na prova da língua materna subiu de 48,7% para 62,2%. No 6.º ano, o destaque foi para as notas de Matemática, que continuaram a baixar: mais de metade dos finalistas do 2.º ciclo não chegaram à positiva e a classificação média nacional afundou-se um pouco mais, para os 47,3% (os dados então divulgados eram apresentados não numa escala de 1 a 5 mas numa escala de 1% a 100%).
Apenas uma pequena parte desses alunos prestaram provas nesta 2.º fase: 2443 alunos do 4.º ano (1.º ciclo) fizeram o exame de Português e 3569 o de Matemática. No 6.º ano (2.º ciclo) 8477 fizeram Português e quase 12 mil Matemática.
O ministério faz questão de sublinhar “o esforço dos professores neste período suplementar” de apoio, que permitiu que os alunos tivessem uma segunda oportunidade e reforçassem a base a partir da qual iniciarão o próximo ano lectivo.