A saída de Peres e a paz impossível
A saída de cena de Shimon Peres, que cessou legalmente as suas funções como Presidente de Israel, e a sua substituição por Reuven Rivlin, eleito a 10 de Junho, assinala discretamente o fim de uma era em que utopicamente se acreditou na paz entre israelitas e palestinianos. Peres recebeu, inclusive, o Nobel da Paz, junto com Rabin e Arafat, ambos mortos e pertencentes a um passado que não cumpriu tal promessa. Rivlin, da ala mais à direita do Likud, reforça o lado duro e implacável da ofensiva militar. Lado esse que fica exemplarmente descrito nesta frase, proferida ontem por Netanyahu: “Começámos esta operação [militar] para fazer voltar a paz e a calma a Israel. E vamos fazê-lo.” O problema, velhíssimo, é que Israel jamais terá paz e calma enquanto não houver, também, paz e calma do lado palestiniano. O acirrar do conflito acirrará o ódio. Que é um velho e perigoso vulcão, sempre pronto a incendiar tudo.
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A saída de cena de Shimon Peres, que cessou legalmente as suas funções como Presidente de Israel, e a sua substituição por Reuven Rivlin, eleito a 10 de Junho, assinala discretamente o fim de uma era em que utopicamente se acreditou na paz entre israelitas e palestinianos. Peres recebeu, inclusive, o Nobel da Paz, junto com Rabin e Arafat, ambos mortos e pertencentes a um passado que não cumpriu tal promessa. Rivlin, da ala mais à direita do Likud, reforça o lado duro e implacável da ofensiva militar. Lado esse que fica exemplarmente descrito nesta frase, proferida ontem por Netanyahu: “Começámos esta operação [militar] para fazer voltar a paz e a calma a Israel. E vamos fazê-lo.” O problema, velhíssimo, é que Israel jamais terá paz e calma enquanto não houver, também, paz e calma do lado palestiniano. O acirrar do conflito acirrará o ódio. Que é um velho e perigoso vulcão, sempre pronto a incendiar tudo.