Clientes de electricidade e gás estão insatisfeitos com o preço dos serviços
Inquérito da Associação Portuguesa da Energia mostra que a maioria dos consumidores considera preços dos serviços excessivos.
Na análise a que o PÚBLICO teve acesso, verifica-se que, apesar de a avaliação global do desempenho das empresas ser positiva, cerca de 63% dos clientes domésticos de gás natural estão pouco ou nada satisfeitos com o preço praticado, uma percentagem que sobe para 73% no caso da electricidade.
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Na análise a que o PÚBLICO teve acesso, verifica-se que, apesar de a avaliação global do desempenho das empresas ser positiva, cerca de 63% dos clientes domésticos de gás natural estão pouco ou nada satisfeitos com o preço praticado, uma percentagem que sobe para 73% no caso da electricidade.
Além do preço, questões como o grau de clareza da factura, a precisão das estimativas de consumo e a preocupação ambiental das empresas estão entre aquelas apontadas como menos satisfatórias pelos consumidores. No caso da electricidade, um terço dos inquiridos considera ainda que as empresas falham na prestação de informação sobre métodos de poupança de energia (20% no gás).
Factores como a relação com o prestador, as modalidades de pagamento ou o serviço de instalação e resolução de avarias na rede reúnem o maior grau de satisfação, segundo o estudo. No gás natural, a análise constatou ainda que um terço dos inquiridos nunca realizou nenhuma acção de manutenção das suas instalações.
A análise concluiu também que a maioria dos consumidores de electricidade e gás natural sabe que estes mercados foram liberalizados e que só uma pequena percentagem (3% na electricidade e 4% no gás) dos consumidores que já passaram para o regime de mercado livre voltou a mudar de comercializador. O preço e a facilidade do processo de mudança são apontados como os principais factores de decisão.
Um dos itens em que a esmagadora maioria dos consumidores está de acordo é a disponibilidade para ter os seus serviços de energia fornecidos por empresas que não as tradicionais. Assim, 84% dos inquiridos dizem-se receptivos “a uma maior diversidade de fornecedores de energia fora do sector”, como hipermercados e operadores de telecomunicações, por exemplo.
Nos combustíveis, onde 62% dos inquiridos revelaram estar pouco ou nada satisfeitos com o preço praticado pelas empresas, o estudo concluiu que 42% dos particulares “têm a percepção de que o combustível dos postos de marca branca ou hipermercado apresenta uma qualidade inferior em relação aos postos da marca”. Mas mais de metade, 53%, considera que a qualidade é semelhante. De facto, mais de metade (52%) “abastece habitualmente em postos de abastecimento de marca branca ou hipermercados”.
Já das 400 empresas inquiridas no estudo (206 do comércio e serviços e 194 da indústria), apenas 7% referiu abastecer habitualmente a sua frota nos postos de marca branca ou hipermercados, ou estabelecer acordos com estes.
A maioria dos clientes empresariais mostra-se satisfeita com os fornecedores de electricidade, gás natural ou combustíveis, mas o preço é apontado como uma das questões mais insatisfatórias por 44% dos clientes de electricidade, 42% dos clientes de gás. Mas 84% dos clientes de gás e 73% dos clientes de electricidade dizem-se satisfeitos com a relação comercial com a sua fornecedora.
A orientação para o cliente, o atendimento, o desempenho dos combustíveis, a preocupação ambiental e o prestígio da marca estão entre os itens que pontuam melhor entre os consumidores de combustíveis, mas 40% dizem-se pouco ou nada satisfeitos com o preço.
No caso da electricidade, 42% dos clientes mostram-se pouco ou nada satisfeitos com a precisão das estimativas de consumo (19% no gás) e 26% queixam-se do grau de clareza da factura (10% no gás). Cerca de um terço dos clientes de electricidade e gás está insatisfeito com a prestação de informação relativa a métodos de poupança de energia.