Matosinhos vai alargar rede de ciclovias para o interior da cidade

Câmara vai melhorar condições de circulação em bicicleta em várias ruas da chamada “quadra marítima”, alargando de 12 para 21 quilómetros a extensão dos percursos existentes.

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Depois das vias mais dedicadas ao lazer e desporto, Matosinhos quer induzir uso quotidiano das bicicletas Ana Maria Coelho

Na década de 60, o arquitecto Fernando Távora desenhou uma pioneira ciclovia em volta do Porto de Leixões, atravessando as Quintas de Santiago e da Conceição. Na última década, a cidade ganhou novos troços, de uso eminentemente turístico, graças à reconversão urbanística das marginais de Matosinhos e Leça, e o executivo liderado por Guilherme Pinto considera que é chegada a hora de facilitar a vida aos que, em cada vez maior número, tentar usar a bicicleta nas deslocações diárias, e não apenas em lazer. A área de expansão das ciclovias abrange vários equipamentos importantes, como o mercado, a lota e os acessos à Câmara Municipal, por exemplo.

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Na década de 60, o arquitecto Fernando Távora desenhou uma pioneira ciclovia em volta do Porto de Leixões, atravessando as Quintas de Santiago e da Conceição. Na última década, a cidade ganhou novos troços, de uso eminentemente turístico, graças à reconversão urbanística das marginais de Matosinhos e Leça, e o executivo liderado por Guilherme Pinto considera que é chegada a hora de facilitar a vida aos que, em cada vez maior número, tentar usar a bicicleta nas deslocações diárias, e não apenas em lazer. A área de expansão das ciclovias abrange vários equipamentos importantes, como o mercado, a lota e os acessos à Câmara Municipal, por exemplo.

Com algumas obras, a maior parte delas de simples pintura da faixa de rodagem, a autarquia pretende criar, nos próximos meses, uma rede de circuitos que alargará para 21 quilómetros a extensão de vias dedicadas existentes. E que permitirá ligar, pelo interior da cidade, as ciclovias que já existem de Leça para Norte (até ao limite do concelho, em Angeiras) e de Matosinhos para o Porto. O vereador da mobilidade, o comunista José Pedro Rodrigues, espera que as diferentes soluções a adoptar ajudem a melhorar a convivência entre peões, automóveis e ciclistas e a aumentar o número daqueles que optam por este último meio de transporte.

São quatro as soluções a implementar, ou já implementadas, no terreno. Tal como já acontece na marginal, na Brodway - via ainda não concluída e assim "baptizada" por Siza Vieira, na década de 90, e que liga o molhe sul de Matosinhos à circunvalação, seguindo o canal de uma antiga linha de serviço do Porto de Leixões - vai ser instalada uma ciclovia. Esta tem “níveis de segurança elevados e será preferencialmente em canais independentes segregados fisicamente do tráfego automóvel”. Nas restantes artérias, a opção recairá pela abertura de ciclovias em vias mistas, ciclofaixas ou simplesmente pelo tráfego partilhado.

Esta última opção vai ser seguida, por exemplo, na Avenida da República e numa parte da rua Heróis de França, na zona do porto de pesca. Noutras ruas, como Roberto Ivens, Álvaro Castelões, Godinho e Gago Coutinho, a solução escolhida será a delimitação de uma ciclofaixa, num dos lados da via de rodagem. E nos casos em que esta é estreita, como acontece em Roberto Ivens, que faz a ligação, pela ponte móvel, entre as duas cidades da margem do Leça, esta faixa será prioritária para os ciclistas mas não terá traço continuo, permitindo que os automóveis possam usá-la se necessário.

A ciclovia em via mista é a opção escolhida para zonas “primordialmente ou exclusivamente pedonais”, onde o peão tem prioridade sobre os veículos, como acontece nas Ruas de Brito Capelo (onde o trânsito está limitado por causa do canal de metro), e nas artérias transversais e de sentido único Conde São Salvador, Gago Coutinho, 1.º de Dezembro, onde a velocidade de circulação foi já reduzida para um máximo de 20 km/h. Nestes casos, os ciclistas podem circular livremente, sem canal dedicado, mas com apoio de sinalização vertical orientativa de um percurso.   
O vereador do urbanismo considera que estas opções de uso partilhado da via pública induzem alterações de comportamentos, e um maior respeito entre os seus utilizadores, do que as vias segregadas – que põem cada um no seu “sítio”. E Guilherme Pinto assumiu que as opções tomadas visam também produzir uma “acalmia” do tráfego automóvel, principalmente nas ruas onde os carros terão de conviver mais de perto com os veículos de duas rodas.

Neste projecto, a obra mais avultada, mas cujo valor os autarcas não especificaram, acontecerá na Rua Serpa Pinto, cujo piso será totalmente renovado antes de lhe ser acrescentada a ciclofaixa prevista. De resto, o vereador comunista aponta para que parte das alterações estejam já concluídas até Setembro, de modo a que, na semana da Mobilidade, seja possível organizar um debate com a comunidade de ciclistas. Com eles, o autarca espera conseguir avaliar o projecto e avançar com algum tipo de correcção que se afigure necessário.