Câmara de Lisboa aprova programa de requalificação do Mude
Vereador do Urbanismo estima que intervenção no edifício, na Baixa, custará nove milhões de euros. Financiamento poderá vir de fundos comunitários, de verbas camarárias ou de receitas do Casino de Lisboa.
“O projecto está na fase final de revisão e o número que se aponta é na ordem dos nove milhões de euros”, afirmou Manuel Salgado, na reunião camarária que teve lugar na quarta-feira. O autarca frisou que “o edifício veio parar às mãos da câmara em 2007, completamente descascado por dentro”, pelo que agora vai ser um “reforço estrutural” que vai canalizar uma “parte considerável dos custos”.
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“O projecto está na fase final de revisão e o número que se aponta é na ordem dos nove milhões de euros”, afirmou Manuel Salgado, na reunião camarária que teve lugar na quarta-feira. O autarca frisou que “o edifício veio parar às mãos da câmara em 2007, completamente descascado por dentro”, pelo que agora vai ser um “reforço estrutural” que vai canalizar uma “parte considerável dos custos”.
Manuel Salgado respondeu desta forma às questões levantadas pelos vereadores João Gonçalves Pereira, do CDS, e Carlos Moura do PCP, que perguntaram qual a estimativa do custo da obra e se o financiamento seria apenas feito pela autarquia. “É um valor excessivo e um erro enquanto prioridade política”, sublinhou o centrista, ressalvando que nada tem contra a actividade do Mude. Recorde-se que o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, tinha estimado no quarto aniversário do museu que o valor da obra poderia ascender aos dez milhões de euros.
Quanto ao financiamento, António Costa explicou quarta-feira que a autarquia pretende encontrar outras soluções, nomeadamente através de fundos comunitários, como o Fundo de Desenvolvimento Urbano Jessica.
“Também temos um conjunto de encargos que ou desaparecerão, com as obras, ou se esgotarão”, lembrou o autarca socialista, referindo-se à prestação da aquisição da colecção Francisco Capelo e à renda das reservas. Acresce que o edifício terá duas áreas que serão concessionadas, uma loja e um restaurante, pelo que constituirão fontes de rendimento para o município. Além disso, o presidente frisou que a estrutura do Mude é precária, pelo que caso as obras não sejam realizadas se pode estar a “contribuir para a degradação do edifício”.
A directora do museu, Bárbara Coutinho, referiu no final da reunião que se espera que as obras durem cerca de dois anos e meio, período durante o qual “o Mude se vai manter em actividade em Lisboa e até pelo país”. Durante a sua intervenção, a dirigente apontou que o edifício terá uma área de utilização permanente de 14 mil m2, tornando-o um dos maiores museus ligados ao design da Europa.
Bárbara Coutinho fez também referência aos quatro novos conceitos expostos no programa museológico: a ruína como estética e património, a noção de mudar com a Baixa Pombalina, a exposição em discurso aberto e ainda o work in progress. Na manhã de quinta-feira, a responsável acrescentou durante a apresentação da nova exposição dedicada ao mobiliário dos edifícios públicos no Estado Novo, que a aprovação deste projecto é "fundamental para que possamos realizar em pleno toda a nossa acção educativa, estratégia e relação com os designers e empresas".
A proposta referente ao programa preliminar de requalificação do edifício integral do Mude, assinada pelo vereador Manuel Salgado e pela vereadora Catarina Vaz Pinto, com o pelouro da Cultura, foi aprovada com votos contra do PSD e CDS-PP, abstenção do PCP e posição favorável do PS e do movimento Cidadãos por Lisboa (eleitos na lista do PS).