Seguro tem dois apoiantes a disputar a distrital de Viana, mas nenhum se assume como candidato oficial do secretário-geral

São poucas as federações onde há apenas uma candidatura. No Porto, José Luís Carneiro é candidato único, já em Lisboa as eleições correm o risco de ser disputadas por três listas.

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Antes das primárias com António Costa, Seguro ainda vai ter o teste dos congressos distritais Fernando Veludo/NFactos

O deputado socialista Jorge Fão e o presidente da federação do PS de Viana, José Manuel Carpinteira, vão disputar as eleições directas, marcadas para o primeiro fim-de-semana de Setembro. Já a facção conotada com António Costa optou por não apresentar nenhuma candidatura, concentrando-se exclusivamente no combate das primárias que vão escolher o candidato do PS a primeiro-ministro.

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O deputado socialista Jorge Fão e o presidente da federação do PS de Viana, José Manuel Carpinteira, vão disputar as eleições directas, marcadas para o primeiro fim-de-semana de Setembro. Já a facção conotada com António Costa optou por não apresentar nenhuma candidatura, concentrando-se exclusivamente no combate das primárias que vão escolher o candidato do PS a primeiro-ministro.

“Entendo que estas eleições para a federação do PS de Viana não se devem transformar numas primárias das primárias”, declarou ao PÚBLICO Miguel Alves, líder da concelhia socialista de Caminha.O também presidente da Câmara de Caminha diz que os dois combates eleitorais são distintos pelo que, diz, “não se deve criar nenhuma confusão com aquelas que são as escolhas do país”.

“Existem dois candidatos assumidos em Viana e entendo que não deve existir nenhuma candidatura de tribo em torno de António Costa, nem deveria de existir em torno de António José Seguro", defende Miguel Alves, revelando que “a maioria dos militantes do distrito estão unidos e concentrados nas primárias que vão levar à escolha de António Costa como candidato a primeiro-ministro”.

Ao PÚBLICO, Jorge Fão assume que foi o primeiro a manifestar disponibilidade para se candidatar à distrital e frisa que só o fez por que José Manuel Carpinteira disse, por diversas vezes em fóruns diferentes, que “não tinha nem energia nem sensibilidade para se recandidatar ao cargo”.

“A minha candidatura não é a candidatura de António José Seguro”, esclareceu o deputado, ao mesmo tempo que afirma que a sua relação com o líder do PS" não está em causa".Fão assume que nao se revê na forma como o seu adversário tem dirigido os destino do PS no distrito e aponta falhas. “O PS no distrito não tem alma, não tem pensamento e tem vindo a perder voz”, resume.

Fonte socialista confirmou que José Manuel Carpinteiro, com quem o PÚBLICO tentou contactar várias vezes sem sucesso, decidiu candidatar-se já depois de Jorge Fão estar no terreno e garantiu que o ex-presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira “diz que não é o candidato de António José Seguro, apesar de ter avançado com a sua bênção”.

Mas não é apenas em Viana do Castelo que António Costa não apresenta lista à federação. Também no Porto os apoiantes do presidente da Câmara de Lisboa optaram por não ir a votos, focando-se exclusivamente nas primárias de 28 de Setembro, embora esta estratégia não seja totalmente consensual entre as hostes “costistas”.

José Luís Carneiro, apoiante de Seguro, é candidato único no Porto e, desta vez, o presidente da maior distrital sociallista conta com o apoio de Manuel Pizarro, que preside à concelhia e apoia incondicionalmente António Costa. Os dois socialistas entenderam-se quanto a um acordo para o PS/Porto, dando assim um sinal de pacificação interna

De forra deste acordo, refira-se, ficou a escolha dos candidatos a deputados na próxima sessão legislativa. Assim, se  alguma coisa correr menos bem, os apoiantes de Costa, que almejam uma representação de pelo menos de um terço na comissão política distrital, têm sempre a possibilidade de apresentar uma lista de deputados alternativa.

Em Aveiro (Pedro Nuno Santos), Évora (Capoulas Santos), Portalegre (Luís Festas), todos apoiantes de António Costa e Porto (José Luís Carneiro) deverá haver candidaturas únicas. Já em Lisboa, há duas candidaturas assumidas para disputar a presidência da FAUL (Federação da Área Urbana de Lisboa), António Galamba (que está com Seguro) e Marcos Perestrello (apoiante de Costa), que se recandidata. Mas além de Perestrello e Galamba, Alberto Marques de Sousa está em processo de recolha de assinaturas para se recandidatar à liderança desta estrutura distrital dos socialistas, a segunda maior depois do Porto.

Nas restantes distritais, as eleições directas serão disputadas por dois candidatos. Ontem, António Eusébio, líder da distrital do PS-Algarve, que está com António Costa, revelou que apresenta na próxima semana a sua recandidatura ao cargo, podendo ter como adversária Jamila Madeira, que está ao lado do secretário-geral. Jamila disse à Lusa que a sua provável candidatura responde a um desafio que lhe foi lançado pro militantes algarvios e que será decidida “nos próximos dias”.

Com as directas marcadas para 5 e 6 de Setembro, as distritais preparam os congressos federativos para 21 de Setembro, uma semana antes das primárias. Mas a distrital de Vila Real, liderada por Rui Santos, marcou o conclave para 18 de Outubro, alegando que cabe aos órgãos distritais marcar a data do congresso. Disse que a distrital entendeu que seria de “bom senso” agendar este congresso para depois das primárias de forma a separar os dois processos.