Companhias europeias e norte-americanas deixam de voar para Israel

Israel defende que não há “nenhuma razão” para estas precauções, mas menos de uma semana depois do derrube de um avião que sobrevoava a Ucrânia, um rocket palestiniano assustou muitas empresas.

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Os voos cancelados esta terça-feira em Telavive Siegfried Modola/Reuters

A decisão da Turkish foi conhecida quando já muitos voos com destino a Israel tinham sido anulados ao longo do dia, depois de um rocket lançado a partir da Faixa de Gaza ter caído alguns quilómetros a norte do aeroporto de Telavive, fazendo estragos numa casa.

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A decisão da Turkish foi conhecida quando já muitos voos com destino a Israel tinham sido anulados ao longo do dia, depois de um rocket lançado a partir da Faixa de Gaza ter caído alguns quilómetros a norte do aeroporto de Telavive, fazendo estragos numa casa.

A prudência é a palavra-chave entre as transportadoras aéreas, menos de uma semana depois do derrube do voo MH17 da Malaysia Airlines, um Boeing 777 que levava 298 pessoas a bordo. O avião foi abatido por um míssil quando sobrevoava a Ucrânia.

A Agência Federal da Aviação, o organismo que gere a aviação nos Estados Unidos, decidiu “proibir até nova ordem” “todos os voos das companhias norte-americanas para e a partir do aeroporto internacional Ben Gurion” por causa “da situação potencialmente perigosa devido ao conflito armado em Israel e em Gaza”. A decisão é válida por 24 horas, mas espera-se que a agência a prolongue.

Antes da ordem, já a Delta Airlines, a US Airways e a United Airlines tinham decido anular vários voos, ao mesmo tempo que companhias europeias como a Lufthansa, a KLM e a Air France (que mantém, para já, previsto um voo de Paris para Telavive na quarta-feira) faziam exactamente o mesmo. A British Airways anunciou no Twitter estar a monitorizar “a situação de perto” mas os seus “voos continuam a operar como previsto”.

A Delta ordenou o desvio de um dos seus aviões, quase a aterrar em Telavive depois de ter levantado do aeroporto JFK, em Nova Iorque. Os 290 passageiros acabaram assim por aterrar e desembarcar no aeroporto de Paris Charles de Gaulle. Tanto a Delta como a United Airlines vão manter a suspensão de Israel como destino nos próximos dias, independentemente do que as autoridades norte-americanas digam a partir de quarta-feira. A US Airways ainda não tinha tomado essa decisão na terça-feira à noite.

Questionada pela AFP em Bruxelas, a Agência Europeia da Segurança Aérea fez saber que vai recomendas às companhias europeias, o mais tardar a partir de quarta-feira, que deixem de voar para Telavive. Um porta-voz citado pela BBC antecipa que o aviso incluirá “uma recomendação forte” para as empresas evitarem o aeroporto.

Em Washington, Marie Harf, a porta-voz do Departamento de Estado, explicou aos jornalistas que a Casa Branca consultou o Governo israelita antes da decisão. Mas em Jerusalém, o ministro dos Transportes, Israel Katz, defendeu que não há “nenhuma razão” para estas precauções.

“O ministro telefonou esta noite às companhias americanas para lhes explicar que a descolagem e a aterragem no aeroporto Ben Gurion não apresenta qualquer problema de segurança nem para os aparelhos nem para os aviões”, diz um porta-voz da Autoridade Aeroportuária Civil Israelita. “Não há nenhuma razão para as companhias americanas cederem ao terrorismo”.