Jihadistas matam 270 pessoas num depósito de gás na Síria
A maior parte das vítimas foi executada pelos homens do Exército Islâmico que avança sobre as regiões estratégicas.
"O Estado Islâmico cometeu um crime de guerra inimaginável", disse à AFP o presidente do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Abdel Rahmane. Este observatório regista o número de mortos na Síria desde o início da guerra no país, há três anos, a partir de dados fornecidos por equipas médicas no terreno.
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"O Estado Islâmico cometeu um crime de guerra inimaginável", disse à AFP o presidente do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Abdel Rahmane. Este observatório regista o número de mortos na Síria desde o início da guerra no país, há três anos, a partir de dados fornecidos por equipas médicas no terreno.
"Mais de 270 pessoas foram mortas no depósito de gás de Chaen. A maior parte delas foi executada depois de ter sido feita prisioneira", promenorizou Rahmane. A maior parte das vítimas eram seguranças, havendo entre eles voluntários do Exército que protegiam a instalação. Onze dos mortos eram trabalhadores. Muitos, apurou ainda o observatório, eram alauítas de Homs, o ramo xiita a que pertence o Presidente Bashar al-Assad.
O depósito situa-se no campo de Chaer, na região desértica de Homs onde estão os poços de petróleo e as jazidas de gás natural da Síria. Toda a zona é um alvo do Exército Islâmico, o antigo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS, sunita) que controla um vasto território no Iraque e na Síria onde declarou um califado regido por uma interpretação ultra-radical dos fundamentos do islão. Na Síria combatem os grupos que há três anos tentam derrubar Assad e também o Presidente. O grupo já controla os poços de petróleo na província oriental de Deir Ezzor.
Neste sábado, o Governo sírio anunciou que as suas tropas tinham realizado um contra-ataque em Chaer e recuperado algumas zonas que estavam nas mãos dos jihadistas — na operação morreram 11 soldados e 40 islamistas; há feridos, mas o seu número não foi revelado. Damasco fez saber que os combates na zona ainda decorriam.
"Esta foi a operação mais mortífera do Estado Islâmico", considerou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que tem denunciado as "atrocidades" do grupo sunita jihadista — cruxificações e execuções são as mais repetidas, mas também lapidações.
Em 24 horas, duas mulheres que o Estado Islâmico acusou de adultério foram lapidadas pelos combatentes na província de Raqa, no Norte da Síria. A primeira execução por lapidação foi em Tabqa, na quinta-feira, e foi morta uma viúva de 26 anos. A segunda foi na sexta-feira. Uma testemunha em Raqa citada pela AFP diz que a população está "aterrorizada", mas não ousa reagir às decisões dos jihadistas.